O Conselho de Ministros aprovou, ontem, a estrutura e o acordo de financiamento directo do projecto de gás natural da multinacional italiana ENI, na bacia do Rovuma. Trata-se de um passo importante para um dos maiores investimentos na história de Moçambique.
Através de um decreto, o Conselho de Ministros aprovou, ontem, uma das etapas consideradas cruciais para o arranque das actividades de exploração de hidrocarbonetos, na bacia do Rovuma, Cabo Delgado.
“O Conselho de Ministros aprovou, nesta sessão, o decreto sobre a estrutura do financiamento e do acordo directo de financiamento do projecto flutuante de gás natural liquefeito Coral Sul, na área 4 do bloco do Rovuma”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde.
O projecto Coral Sul tem como operador a multinacional ENI, que lidera uma estrutura accionista que conta com as empresas Galp Energia de Portugal, a KOGAS da Coreia do Sul e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH).
Dados oficiais indicam que a implementação deste projecto vai empregar cerca de 820 trabalhadores, 90 por cento dos quais nacionais.
Está avaliado em quatro mil e seiscentos mil milhões de dólares e o processo de financiamento estava, em parte, dependente da decisão tomada esta terça-feira pelo governo. “É este acordo que vai permitir o início das operações para o financiamento do projecto”, disse Saíde.
Dados da ENH, representante do Estado moçambicano na bacia do Rovuma, indicam que o Coral Sul abrange a construção de seis poços conectados ao sistema de produção submarino e a plataforma flutuante de GNL, que terá uma capacidade de liquefacção de mais de 3,3 milhões de toneladas de GNL por ano.
Outras matérias
Ainda na sessão desta terça-feira, foram aprovadas as resoluções que reconhecem as fundações Soico, Sérgio Gago, Banco Alimentar contra a Fome e Rizuan Adakiar.
Outra nota de destaque analisada no Conselho de Ministros foi a informação sobre o balanço preliminar da campanha de comercialização da castanha de caju, que, segundo as informações, já superou as metas projectadas em 15 por cento. “A campanha de comercialização e exportação da castanha de caju está a decorrer a um bom ritmo”, disse Mouzinho Saíde.
Dados do executivo indicam que o subsector do caju garante emprego e renda a mais de 1.4 milhões de famílias, em todo o país.
A castanha bruta moçambicana é exportada para Índia e Vietname e a amêndoa é comercializada nos Estados Unidos da América.