O trabalho infantil perigoso, no país, é uma realidade. Para reverter o fenómeno, há em vista um plano de acção que permita a eliminação das piores formas de trabalho infantil. De acordo com a Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, a ser aprovado o plano em causa, o Governo vai aumentar a renda das famílias necessitadas de modo a garantir que estas dependam menos da ajuda dos seus filhos.
"As crianças envolvidas nos garimpos, nas casas de pasto e no transporte de carga pesada não só são impedidas de estudar e conviver como também estão expostas a riscos de contrair doenças ou morrer", disse Diogo, acrescentando que o combate ao trabalho infantil perigoso passa por eliminar as causas da sua ocorrência.
Em Moçambique, 22 por cento das crianças, entre 5 e 14 anos, são empregadas, das quais 96 por cento na agricultura, pesca e caça. 15 por cento dos menores já contraíram lesões no seu local de trabalho. Os hábitos culturais, a pobreza, as cheias e a seca são apontadas como as principais causas do envolvimento de menores em actividades económicas.
A província da Zambézia apresenta o maior índice de trabalho infantil, com 98 por cento de crianças vítimas de exploração, seguida da província de Tete, com 94 por cento.
O sector da agricultura sustenta 80 por cento da população moçambicana e é o que mais se ressente das cheias e secas severas que afectam o país, bem como a área de trabalho que mais envolve menores, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Para este grupo, a ministra do trabalho disse que serão criadas estratégias para fornecimento de sementes e insumos melhorados, por forma a multiplicar a produção e qualidade dos produtos. Diogo acredita que se a venda dos produtos agrícolas aumentar, o apoio das crianças será desnecessário.