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Governo aprimora estratégias para preservação de mangais

O Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, organizações que actuam na área de mangais e do ambiente, instituições de ensino e de investigação, gestores locais de recursos naturais e demais interessados reuniram-se hoje em Maputo, para aprimorar a estratégia de preservação de mangais que deverá ser aprovada até Abril.

“A ideia é envolver todos que actuam nesta área na elaboração dessas diretrizes, que vão nortear as acções em prol da conservação dos mangais no nosso país”, explicou o director do instituto de investigação pesqueira, Jorge Mafuca.

Zambézia, Nampula, Sofala e Maputo são as províncias do país que estão numa situação crítica, em relação a áreas de mangais degradadas.

A acção do homem é apontada como a principal causa da destruição de mangais. Para reverter o cenário de destruição intencional, os envolvidos tem sido penalizados a luz da lei de conservação do ambiente.

“Já tivemos vários casos que foram parar ao tribunal. E a lei é clara em relação a criminalização de acções que prejudicam o ambiente. A verdade é que esta destruição intencional de mangais deve parar”, disse.

No ano passado, aquando da realização da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nova Iorque, Moçambique comprometeu-se, a fazer o replantio de cinco mil hectares de mangal em todo o país, até 2022.

“Várias acções isoladas estão a ser levadas a cabo para que possamos alcançar esse objectivo. Até agora já conseguimos replantar 15 hectares”, assegurou Mafuca.

Entretanto, a restauração dos mangais em si, não é suficiente para melhorar a situação de degradação, segundo o investigador Salomão Bandeira. “O país tem cerca de 50 estuários e mangais contínuos em várias comunidades que devem ser guiados pela estratégia, que estamos aqui a discutir. E a restauração não deve ser feita atoa, ela deve obedecer certos critérios. Um desses critérios deverá ser a certeza de que houve uma destruição intencional. E a estratégia servirá para orientar a tomar as melhores decisões nessa área”, disse Bandeira.

A baía de Maputo tem actualmente cerca de 18 mil hectares de mangal.

O mangal é importante na prevenção da erosão da costa e das margens dos rios, na redução das cheias e na reprodução das espécies marinhas, como é o caso do camarão. Constituem fontes de medicamentos, material de construção, alimento (peixe, outros mariscos, frutos, etc.), combustível lenhoso, entre outros usos.

Em Moçambique constitui uma das formações vegetais mais abundantes (cobrindo cerca de 450 mil hectares) encontrando-se com maior relevância nas províncias de Nampula, Zambézia e Sofala. Em Moçambique, ocorrem 8 espécies de mangal verdadeiro: o mangal branco (Avicennia marina),vermelho (Rhizophora mucronata), negro (Bruguiera gymnorrhiza), amarelo (Ceriops tagal), maçã (Sonneratia alba), Lumnitzera racemosa, Heritiera litoralis e bola de canhão (Xylocarpus granatum).

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