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Governo angolano quer que funeral de José Eduardo dos Santos seja em Angola

Foto: DW

O Governo angolano está a negociar com a família de José Eduardo dos Santos para que o funeral seja feito no seu país, com direito a honras de Estado, “como merece por tudo o que fez por Angola”.

Governo angolano quer que o “seu Presidente” seja sepultado na terra que, durante 38 anos, governou e lutou para que houvesse paz e desenvolvimento, afirma José João Manuel, embaixador de Angola em Moçambique.

“Para nós, ele é angolano e pai da nação, pelo que é mais justo que tenha todas as honras no seu funeral. Não faz sentido que seja enterrado longe da sua terra. Vamos continuar a sensibilizar a família a deixar que seu pai tenha um enterro condigno e de Estado, e isso só pode ser feito em Angola”, sublinhou.

José Manuel disse, ainda, que o tempo de luto foi estendido de cinco para sete dias, para dar tempo às negociações e todos os preparativos.

O embaixador disse que o Governo e o povo angolano perderam um símbolo da unidade nacional, alguém que dedicou toda a sua vida àquela nação, um homem de bem, de paz, muito sereno e que deixou o seu povo órfão.

“Muito cedo, ele assumiu o poder em condições muito difíceis e, desde aquela altura até à sua saída do poder, dedicou-se a construir um país próspero e de bem-estar para os angolanos. Ele foi o timoneiro de todos os sucessos que Angola conseguiu alcançar até aos dias de hoje”, homenageou o embaixador.

A perda não é só de Angola, mas de toda a África, pois, segundo considera, sempre pensou em resolver os problemas de outros povos. Ajudou, por exemplo a África do Sul, a Namíbia e o Zimbabwe na luta conta o apartheid, mobilizando os angolanos para apoiarem a luta dos povos irmãos.

“Enquanto estes países ainda estavam sob o domínio colonial, ele não mediu esforços. Em Angola, os principais objectivos a que se propôs foram, quase todos, cumpridos. Conseguiu reconciliar os angolanos, num processo difícil e, hoje, os angolanos estão reconciliados e unidos, o que é um grande feito”, referiu o diplomata.

Manuel falou também do início da reconstrução do país, que foi destruído pela guerra civil. Disse que, apesar de nem tudo ter corrido bem, Dos Santos conseguiu tornar Angola num estado que reúne condições para se desenvolver económica, social e politicamente, e morre tendo criado bases para o desenvolvimento do país.

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