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Gil Guiamba: Estrela de “pique” imparável!

As suas fintas e simulações, o flectir para o centro do terreno, em especial vindo da direita com a bola colada aos pés, tornava tudo possível. E quanto mais duros e difíceis fossem as defesas, mais ‘’gozo’’ lhe dava enfrentá-los. Fraco no jogo aéreo, compensava isso com a forma como se desmarcava e buscava as melhores opções para fazer da grande área o seu mais apetecido espaço de acção.

Este é o retrato de Gil Guiamba, que marcou um período de ouro do futebol moçambicano e que tinha condições para ir bem mais longe, caso o mercado de transferências não tivesse sido fechado. Era um brigão da área que adorava duelos com as defesas, nunca se retraindo. A sua arma principal era a intermitência dos ‘’piques’’.

Uma característica particular de Gil Guiamba, é que era jogador 'só” para os grandes momentos. Tinha que estar em boa forma física e ter alta motivação. Disso cuidava o seu treinador, Martinho de Almeida. Daí que, nos momentos altos, colocava o Estádio da Machava em polvorosa, quer jogando pelo Costa do Sol, quer pela Selecção Nacional.

Um golo para a história

Foi dele um dos dois melhores golos moçambicanos de todos os tempos, algo que ficou na retina de quem o presenciou e que deveria figurar nos anais do jogo da bola.

Aconteceu na tarde de 3 de Abril de 1983, com o Estádio da Machava cheio que nem um ovo. O adversário era a terrível equipa dos Camarões, que havia atingido as meias-finais do Mundial de 82 e cuja figura de proa se chamava Teophilo Abega. Jogava-se ainda a 1.ª parte, quando o nosso ponta-de-lança captou o esférico pouco depois do meio-campo, fintou o primeiro contendor partindo, imparável, com um adversário à ilharga.

De repente, tudo aconteceu. O internacional moçambicano, ao seu jeito, protagonizou um “pára-arranca-pára-arranca’’, tão rápido que deixou pelo caminho o seu opositor, estupefacto. O guarda-redes camaronês saiu ao encontro da jogada, numa altura em que Gil já havia lançado um ‘’chapéu de abas largas’’, que acabou sendo um tónico para o 3-0 com que o jogo terminou, numa das mais memoráveis tardes futebolísticas de sempre.

Gil começou a sua carreira no Nova Aliança de Maputo, foi bi-campeão pelo Costa do Sol, actuou 22 vezes pela Seleccão Nacional, com 11 golos obtidos, passando depois para o Estrela Vermelha. “Passou ao lado” de uma grande carreira internacional ao não lhe ter sido permitida a emigração, numa altura em que 'já não cabia” no futebol doméstico.

Ao longo da sua vida, sempre privilegiou a formação académica, sendo um reputado economista da praça.

 

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