No país há ainda muitas famílias a recorrer a energia lenhosa para várias finalidades com destaque para a cozinha. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística a população moçambicana e projectada para cerca de 30 milhões de habitantes e desses cerca 80% da vive no meio rural. E sem fontes alternativas de energia, usam lenha e carvão. A situação esta a concorrer para o abate indiscriminado de árvores causando desertificação. Ademais o meio ambiente ressente-se dessa acção do homem.
Neste momento muitas famílias moçambicanas, seja no meio rural, peri-urbano e urbano continuam a recorrer à combustíveis lenhosos, concretamente o carvão e a lenha.
Sara Nhavotso residente no Bairro da Polana Caniço “A” usa lenha adquirida numa serração de madeira próxima a sua residência. Quando chove Sara não tem como fazer o fogo, o vento que sopra nos últimos dias é outro obstáculo para ela, para além da fumaça que polui o ambiente esse combustível lenhoso pode causar problemas de saúde.
E esse é o dia-a-dia enfrentado por aquela mulher. Ela deseja usar o gás de cozinha, mas diz não ter condições financeiras favoráveis e vai usando por enquanto o carvão.
“O saco de carvão está a 800 a 1300 meticais, a lenha está a 50 meticais. Não sei quanto custa a botija de gás, mas a lenha e o carvão não ajudam por causa do fumo”.
A lenha vendida no Bairro da Polana Caniço “A“ nos arredores da Cidade de Maputo é proveniente dos distritos da Moamba e Matutuíne em Maputo e províncias de Gaza e Inhambane. A presença daquela lenha evidencia o desmatamento que ocorre um pouco por todo país causando impactos negativos ao ambiente. Sucede o mesmo com o carvão vegetal que para a sua produção recorre-se também a várias espécies arbóreas. Um molhinho de lenha proveniente de Gaza custa actualmente entre 60 a 70 meticais. Já a lenha amontoada no chão varia entre 40 a 50 meticais.
Quanto ao carvão, os preços variam de acordo com o tamanho de saco, chegando a custar o saco maior 1500 meticais.
Mas mesmo assim esses preços não confortam a todos. Atália Matusse diz que o carvão de 20 meticais, por exemplo, que e medido em montinhos enche a boca do seu pequeno fogão e só serve para confecionar chima ou arroz. Querendo preparar carril tem que comprar mais carvão de 20. Para uma refeição completa gasta 40 meticais por dia, e ao fim de trinta dias gasta 1200 meticais só de carvão. E para ela o gás de cozinha seria sustentável.
“O nosso dinheiro é aquele de vender alguma coisa aí e comprar carvão, nunca tentamos comprar gás porque para nós saí caro. O gás ia pupar tempo de esfregar panela e esforço, no caso de ventania ia ajudar nos e como não temos condições usamos carvão e por vezes lenha porque sai mais barato”.
Entretanto, regista-se pelo país uma tendência crescente do uso de gás doméstico para a cozinha. Alfredo Vilanculo, chega ao posto de venda onde adquiri uma botija de 9kg e leva no ombro e caminha até à sua casa, onde conecta a botija ao fogão e a sua esposa Lídia Arnaldo acende o fogão e inicia assim a preparação dos alimentos para a família.
“Já usei lenha carvão, mas nenhuma dessas opções são melhores”, diz Lídia acrescentando que “a única fonte eficiente é uso de gás porque evita poluição e é mais flexível, usar gás em comparação ao carvão e lenha é mais barato”, disse a jovem mulher.
Em alguns pontos da Cidade de Maputo há venda informal de botijas de gás, por exemplo uma de 11 kg pode custar até 5 mil meticais contendo gás. E sem gás pode custar até 4.500 meticais, isto no informal. No mercado formal a compra da botija contendo gás custa 3.775 meticais.