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Funcionários da TMcel estão sem salários há dois meses

Trabalhadores da TMcel estão, há dois meses, sem receber salários. Os funcionários acusam o administrador técnico da empresa de divisionismo e má gestão, o que leva a baixos rendimentos da empresa pública. Os queixosos pedem a intervenção do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).

Mais uma vez, a empresa TMcel é notícia por não cumprir o pagamento dos salários aos seus trabalhadores, depois de, em Junho e Agosto do ano em curso, se ter assistido a uma situação semelhante.

Desta vez, estão em causa os ordenados dos meses de Setembro e Outubro, que, segundo as cartas a que o jornal O País teve acesso, ainda não foram pagos.

Em entrevista a “O País”, Sérgio Sousa, secretário do Sindicato Nacional das Telecomunicações de Moçambique (SINTELMO), fala de dias difíceis, já que não se registam resultados positivos dos investimentos que a firma vem fazendo desde a fusão da Mcel e TDM, em 2016.

Na carta datada do dia 6 de Outubro, enviada ao Conselho de Administração do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), o SINTELMO acusa o administrador técnico e comercial da TMcel de divisionismo e má gestão.

“O atraso no pagamento do salário é a ilustração clara do que os trabalhadores da TMcel estão a passar. O sindicato, em 2021, chamou a atenção à gestão da empresa, bem como ao IGEPE, acerca de atitudes e comportamentos demonstrados, em diversas ocasiões, por parte do administrador técnico e comercial e PCA do Mkesh, o sr. Binda Jocker”, lê-se na carta.

No mesmo documento, o sindicato pede intervenção do IGEPE para a reversão do actual cenário, sob o risco de piorar a situação económica e financeira da companhia estatal das comunicações.

“O sr. Binda Jocker tem estado a criar divisionismo entre os técnicos e a tipologia dos equipamentos, o que propicia um descontentamento generalizado na empresa”, escrevem os trabalhadores, que apelam a quem de direito para “buscar abordagens mais pragmáticas e estratégicas, de modo a encontrar soluções para o bem da empresa e dos seus colaboradores, sob pena de se propiciarem os ingredientes para uma degradação ainda mais acentuada da actual situação que se vive na TMcel.”

O SINTELMO diz que enviara, antes, uma carta ao Conselho de Administração da TMcel, exigindo a reposição dos seus direitos, ao que terá respondido: “Como é do conhecimento de vossas excelências, a empresa está a atravessar desafios operacionais e financeiros ímpares e sem registo comparável na sua história, tendo o Conselho de Administração exortado os colaboradores, bem como os órgãos representativos a nível do sindicato para, em conjunto, se trabalhar na busca de soluções”.

Não satisfeito com a resposta, o sindicato contactou o IGEPE de quem aguarda alguma solução para o pagamento dos salários dos trabalhadores.

A nossa equipa contactou o Conselho da Administração da TMcel que, sem gravar entrevista, garantiu que a instituição vai continuar a envidar esforços para o pagamento de salários. Sem avançar detalhes, garantiu ainda que os ordenados referentes ao mês de Setembro já começaram a ser pagos.

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