Os franceses voltam esta quinta-feira às ruas, em Paris, em mais uma jornada de protestos contra a reforma do sistema de pensões. A jornada acontece um dia depois da reunião da primeira-ministra francesa com os sindicatos para tentar desbloquear o clima de tensão social, que terminou sem quaisquer resultados.
Élisabeth Borne recusou a principal reivindicação dos sindicatos, a retirada da lei, aprovada com recurso a uma disposição constitucional para fazer passar o texto sem votação no parlamento.
A nova lei das aposentações aumenta de 62 para 64 anos a idade de reforma sem penalizações financeiras em França.
“É claramente um fracasso quando a primeira-ministra nem sequer permite entrar nessa discussão”, disse Cyril Chabanier, presidente da Confederação Francesa de Trabalhadores Cristãos (CFTC), que falou em nome das oito principais centrais sindicais do país após a reunião de menos de uma hora.
Este será o 11º dia de protestos nas últimas semanas, por vezes violentos, de contestação social que tem levado milhões de pessoas às ruas. Mais de 11 mil polícias foram mobilizados em todo o país.
A última jornada de protesto, no dia 28 de Março, foi marcada por vários actos de violência e pela mobilização de um “dispositivo de segurança inédito”, segundo anunciou então o Governo francês, com 13 mil operacionais, 5.500 dos quais só em Paris.