Os próximos dois anos serão de reformulação profunda no FNB. O plano segundo o Administrador Delegado-Adjunto do FNB Moçambique, Paulo Pereira, em entrevista ao “O País”, passa por transformar esta instituição num banco de referência no mercado moçambicano em termos de eficiência, excelência de serviço e rentabilidade, alinhando-se em termos de inovação, melhores práticas, padrões de operação e centricidade no cliente com o FirstRand, o maior grupo financeiro em África por capitalização bolsista.
O FNB pretende “oferecer uma proposta de valor diferenciada para os sectores geradores de emprego e para as suas respectivas cadeias de valor, contribuindo assim de forma significativa para o desenvolvimento de Moçambique”, disse o Administrador Delegado Adjunto do FNB.
Basicamente, a estratégia de reposicionamento do First National Bank em Moçambique será focar-se nos segmentos de grandes empresas, comércio e banca de investimento, com uma lógica integrada para toda a cadeia de valor, incluindo o retalho.
“Todas estas mudanças são um sinal claro da visão de longo prazo que os nossos accionistas têm para Moçambique e, de forma consistente, terminámos o ano de 2018 com resultados positivos antes de impostos e com um aumento de capital de cinco milhões de dólares”, disse Paulo Pereira.
“Não obstante os anos desafiantes que tivemos no passado, temos vindo a dedicar um grande esforço e atenção na implementação de uma função de crédito de alta performance, com rigorosos critérios de decisão de risco e uma capacidade reforçada de recuperação da carteira de crédito vencido.
O ano de 2018 fica marcado pelo desenvolvimento e implementação destas competências chave em termos de crédito, que conduziram a resultados positivos na recuperação de crédito e originação de novo crédito de risco apropriado. Adicionalmente providenciámos de forma prudente toda a nossa carteira atingindo rácios de cobertura alinhados às melhores práticas do mercado,” acrescentou o mesmo.
No âmbito da estratégia de transformação, foram já aprovados vários aumentos de capital que serão realizados ao longo de 2019 e 2020. Os mesmos (aumento de capital) irão permitir a execução de diversas iniciativas que visam transformar a eficiência do FNB, tornando-o num banco sustentável, rentável e capaz de escalar.
Segundo Paulo Pereira, “o FNB irá mudar o seu paradigma de eficiência, deixando de ser uma operação de baixa produtividade que a impede de atingir resultados positivos sustentados. A eficiência será atingida através da automação e simplificação de processos, redimensionamento da estrutura para uma escala adequada e reposicionamento e optimização da rede de distribuição para a tornar relevante na nova estratégia. Iremos obter ganhos significativos de produtividade por via da digitalização, eficiência de vendas e racionalização dos balcões e back-office. Iremos também acrescentar novos pontos de presença no país alinhados com esta estratégia.”
Este investimento considerável, segundo os accionistas do FNB, irá deteriorar necessariamente os resultados em 2019 e 2020, assegurando no entanto um regresso ao lucro a partir de 2021 e de forma considerável daí em diante.
“DE OLHO” NO GÁS E PETRÓLEO
2019 é o ano de grandes decisões na indústria de hidrocarbonetos em Moçambique, com o DFI (Decisão Final de Investimento) nas Áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, esperado em Junho próximo, os accionistas do FNB querem reforçar a posição de maior banco africano financiador nestes projectos.
“ O FNB, através do FirstRand Group e em conjunto com o Rand Merchant Bank detém já uma posição de relevo nos grandes projectos de desenvolvimento do país (ex: Carvão, Gás Natural) e pretende reforçar essa posição quer no financiamento directo a esses projectos, quer no suporte e apoio local a toda as cadeias de valor correspondentes”, apontou Paulo Pereira.
Refira-se, que com a DFI para a exploração da Área 1, liderada pela Anadarko, bem como no Complexo Mamba, localizado na Área 4 na bacia do Rovuma, o país poderá atrair compromissos de investimento acima de 50 biliões de dólares.
Paulo Pereira resume ainda que “a aposta é em Moçambique e de longo prazo, o investimento maior será em pessoas e também em processos, tecnologia e na eficiência da operação”, acreditando assim que este programa contribuirá para que o FNB se possa tornar uma referência no nosso mercado.