O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, esta segunda-feira, a primeira avaliação do programa de financiamento de três anos ao Orçamento de Estado e, assim, vai desembolsar, de forma imediata, cerca de 59 milhões de dólares para o país.
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional informou, esta segunda-feira, através de uma nota de imprensa, que concluiu a primeira revisão do acordo da Facilidade de Crédito Alargada para Moçambique, dando ao país acesso de 59,26 milhões de dólares.
O valor é parte dos 456 milhões de dólares aprovados pelo FMI em Maio de 2021, depois de sete anos de corte do financiamento ao Orçamento do país.
Segundo a instituição financeira, todos os critérios de desempenho do programa, os objectivos indicativos e a referência estrutural foram cumpridos.
Além disso, o FMI revela, na sua avaliação, que a orientação da política monetária dada pelo Banco Central é adequada para enfrentar uma inflação mais elevada. Ainda assim, a instituição reitera que os riscos para as perspectivas económicas são significativos.
O actual preço dos combustíveis e dos produtos alimentares e o terrorismo no Norte do país constituem, segundo o FMI, retrocessos na economia nacional.
O FMI prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto do país para 5% próximo ano, impulsionado por grandes investimentos em projectos de gás natural liquefeito e por levantamento total das restrições da COVID-19 em Julho de 2022.
“Embora as perspectivas se mantenham positivas, impulsionadas por grandes projectos de gás natural liquefeito, subsistem riscos significativos, incluindo de eventos climáticos adversos e de uma situação de segurança frágil. As deficiências de governação e as vulnerabilidades da dívida também representam desafios”, disse Bo Li, director-executivo-adjunto do FMI, tendo acrescentado que Moçambique ainda precisava do apoio dos doadores e do desenvolvimento contínuo da capacidade de governação.
O acordo do FMI de financiamento ao país é de três anos e visa apoiar a recuperação económica, reduzir a dívida pública e as vulnerabilidades de financiamento e fomentar um crescimento mais elevado e mais inclusivo através de reformas estruturais.