Detida mulher de 49 anos indiciada de matar o seu marido. O crime ocorreu na madrugada de hoje, no bairro Hulene, na cidade de Maputo.
Ao que tudo indica, trata-se de uma história de amor e ódio que terminou em tragédia. “Eu gostava do meu marido e sempre que lutávamos, mas nunca o fizemos com recurso à faca e no dia seguinte pedíamos desculpas um ao outro”, contou a mulher indiciada de matar seu marido.
Mas na manhã deste sábado, já não tinha a quem pedir desculpas: a mulher é indiciada de matar seu marido de 33 anos à facada, depois de voltarem das bebedeiras e o seu parceiro quis sair sem a esposa. E aí começou a confusão.
“Eu não aceitei que ele me deixasse e fosse embora. Mas depois de um tempo de discussão deixei ele ir. Minutos depois ele volta e pediu que eu abrisse a porta, mas eu não queria. Por fim abri a porta e quando ele entrou começamos a lutar”, narrou a mulher de 49 anos, acrescentando que os dois pegaram nas facas e na luta “eu consegui-lhe esfaquear na garganta”, confessou.
Depois de esfaquear seu marido, a mulher de 49 anos embrulhou o corpo do finado com uma capulana e esperou até às 6h00 para contar aos vizinhos o que tinha acontecido.
“Ele ainda estava a respirar e não tentei o levar para o hospital porque já estava com medo tanto que nem conseguia chamar os vizinhos”, disse a mulher. Já nas mãos das autoridades, a mulher afirma estar arrependida e não sabe explicar o que lhe fez cometer tal crime.
“Isso nunca me aconteceu. Diabo anda nas pessoas. Sempre brigávamos quando ele quisesse ir me deixar, mas nunca usamos a faca”.
O crime ocorreu na casa do tipo dois onde o casal vivia há 11 anos. Chocados com o assassinato, alguns vizinhos contam que acompanhavam as brigas sistemáticas do casal.
“Viveram em paz durante muitos anos, mas este ano não havia paz. Sempre que saiam e nas, brincadeiras deles, quando voltavam já era confusão, lutavam e se insultavam”, testemunhou Rosa Santos, uma das vizinhas do casal.
A indiciada está detida na 22ª Esquadra da capital para responder pelo crime de homicídio qualificado.
“O que cabe à Polícia foi instaurar um processo e que vai ser remetido às outras instituições que administram a justiça, onde a provável pena poderá ser conhecida”, explicou Leonel Muchina, porta-voz da PRM na cidade de Maputo.
Este é o segundo caso de homicídio que o bairro de Hulene regista em menos de duas semanas.