Filipe Paúnde está em Nampula para cumprir uma agenda partidária e na conferência de imprensa que concedeu, esta quinta-feira, na cidade de Nampula, foi confrontado com a questão do possível envolvimento dos filhos da governadora de Manica na mineração, em pleno período em que vigora o decreto que suspende toda a actividade mineira naquela província.
A resposta do membro sénior da Frelimo foi no sentido de afastar a governante dos seus filhos pelo menos para não encontrar responsabilidade política. “A governadora não tem filhos. Quem tem filhos é uma cidadã chamada Francisca. Nós fazemos muita confusão. O governador não tem filhos. Governador é uma função, e ter filhos é uma questão social. Não misturemos as coisas. Quando alguém é ministro, os filhos não são do ministro, são dele. Agora, ministro é função. Os filhos do governador podem trabalhar, podem ser empresários, isto não está proibido. Agora, o que está proibido é contrariar as normas”, sustentou.
Seja como for, os filhos da cidadã Francisca Domingos Tomás podem estar a contrariar a norma o que levanta questões que mexem com a lei, mas acima de tudo com a ética, pois a mãe é governadora da mesma província.
“Eticamente isto é correcto? Eu posso dizer que não é correcto, mas ninguém é proibido de realizar uma actividade por ser filho de um cidadão que tem funções de chefia sei lá onde. Agora, está bem? Não está, mas tenho informação de que há uma equipa que foi lá ontem, justamente para perceber melhor”, avançou.
O terrorismo que está a levar a mais uma vaga de deslocamentos massivos da população no distrito de Memba, em Nampula, também mereceu atenção na conferência de imprensa. Paúnde procurou minimizar o impacto ao defender que “houve tempos em que as sedes distritais tinham sido assaltadas, mas hoje no país não temos nenhuma sede que é ocupada pelos terroristas. O que fazem são esses ataques esporádicos. Já se dividiram em pequenos grupos e neste momento que estamos a falar as Forças de Defesa e Segurança estão em perseguição desses terroristas”.
A resposta armada é até aqui a estratégia do Governo, mas 8 anos depois o problema prevalece, levando a questionar se não é tempo de apostar-se noutras formas de resolução. “Se não têm rosto. O que querem, ninguém sabe. Quem os manda, quem é o chefe. Vamos conversar com quem? Vamos lutando”, sentenciou Filipe Paúnde.

