É histórico Moçambique receber, pela primeira vez, o CAN, uma competição continental de grande prestígio na modalidade de futebol de praia, assim como é histórica a realização de uma competição internacional fora da capital do país.
Todos os caminhos deram à Arena de Vilankulo, hoje, palco da muito bem conseguida e exibida cerimónia de abertura do primeiro Campeonato Africano de Futebol de praia. Um orgulho, diga-se, pela dimensão do evento e força mobilizadora que a sua realização provocou no seio dos desportistas. Afinal, o desporto é um facto de união. Depois de ver desfilar a rica cultura moçambicana, numa simbiose perfeita entre a dança e música, o Chefe de Estado dirigiu-se aos presentes para dizer: “prestigia-nos testemunhar um momento importante como este, que marca a afirmação desta modalidade no nosso país e outras modalidades que despontam, colocando Moçambique no pedestal do desporto regional, continental e internacional”.
Sete nações dão corpo a esta competição. Fora as delegações que se mostraram fascinadas com a recepção que tiveram à sua chegada e o encanto que Vilankulo provoca aos seus visitantes, há a assinalar a presença de turistas e entusiastas que vão acompanhar o evento. O Presidente da República, Filipe Nyusi, não se esqueceu de desejar uma boa estadia numa terra acolhedora. “Sejam todos bem-vindos à nossa pérola do Índico, onde fazemos cruzar hoje o desporto, turismo, cultura, negócio, ou seja, tudo isto integrado num pacote único numa sinfonia que esperamos que seja memorável para nós e para os nossos hóspedes”.
Vilankulo foi o palco escolhido para sediar o CAN de futebol de praia, mas também podiam ter sido escolhidos outros destinos turísticos de eleição por este vasto Moçambique. Por isso, o Chefe de Estado olha para esta escolha como um processo de descentralização. “É histórico Moçambique receber, pela primeira vez, o CAN, uma competição continental de grande prestígio na modalidade de futebol de praia, assim como é histórica a realização de uma competição internacional fora da capital do país. É mais um exercício de descentralização, neste caso do desporto, levando o CAN de futebol de praia a uma província, a um distrito, a um município”.
As bancadas da Arena de Vilankulo estiveram, na de abertura da competição e jogo inaugural entre Moçambique e Malawi, repletas de espectadores que não quiseram ouvir falar deste momento único. Para não esquecer; para ficar gravado na memória dos moçambicanos. “Este evento ficará indelevelmente registado nas nossas memórias não só pelo simbolismo que representa, mas pela magia que o desporto desperta na convivência, paz e amizade entre os povos. É por isso que, com enorme satisfação, estamos aqui nesta nossa cidade turística para acolhermos os melhores jogadores do nosso belo continente”.
O Chefe de Estado deixou, igualmente, ficar uma mensagem de apreço aos intervenientes do Campeonato Africano de futebol de praia.
“Queremos, igualmente, endereçar palavra de apreço a todos os dirigentes, técnicos, integrantes das selecções que se qualificaram para este certame, bem como ao Comité Executivo da Confederação Africana de Futebol, que aprovou a candidatura de Moçambique para acolher esta prova continental”.
O evento arrancou, claro, sem sobressaltos. Mas o processo que marcou a aceitação do país para acolher o certame, as incertezas e o último “ok” da CAF foram vividos com muita intensidade e algum nervosismo. “Foram dias difíceis de preparação em Vilankulo. Eu acredito que a população de Vilankulo está ainda nervosa. Prestigia-nos testemunhar um momento importante como este, que marca a afirmação desta modalidade no nosso país e outras modalidades que despontam, colocando Moçambique no pedestal do desporto regional, continental e internacional”.
A realização de eventos de grande dimensão convoca sempre parcerias com o empresariado. E o empresariado nacional não se fez de rogado, tendo apoiado a iniciativa, gesto que não foi esquecido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi. “Reconhecemos e fazemos a devida vénia às entidades e empresas que têm vindo a incentivar o desenvolvimento da prática do futebol de praia, conjuntamente com a Federação Moçambicana de Futebol, pois estamos cientes de que sem o vosso apoio e empenho, esta modalidade desportiva não teria expressão nem o destaque que hoje ostenta”, frisou Nyusi.