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Ferryboats que faziam trajecto Maputo-KaTembe ainda sem destino

A inauguração da ponte Maputo-KaTembe afectou significativamente o funcionamento do transporte marítimo de passageiros na baía de Maputo, tendo impactado as receitas da empresa Transmarítima, que caíram de 2.705 passageiros diários para apenas 192, o que precipitou a interrupção da circulação das embarcações.

Dois anos depois, a direcção da empresa diz estar, ainda, a avaliar o seu provável destino, pois trata-se de embarcações obsoletas.

“Provavelmente, as embarcações Bagamoyo e Mpfumo poderão ir a abate, pois estes ferryboats, principalmente o Bagamoyo, estão num estado bastante obsoleto”, explicou José Mpwete, girector geral da Transmarítima.

Mpwete disse, ainda, que, por causa da interrupção das actividades do transporte marítimo, a empresa teve de alocar parte dos trabalhadores, para manter as embarcações paralisadas, porém uma maioria teve de ser dispensada.

Dique Cossa é parte dos 72 trabalhadores indemnizados e conta que dedicou 38 anos da sua vida ao mar e a servir aos passageiros.

“Na Transmarítima, já fui Marinheiro, Maquinista, fiscal, até que fui dispensado. Hoje, vivo de negócios, apesar de sentir que ainda tenho forças para trabalhar no mar, mas já não posso”, desabafou Dique Cossa.

Como Cossa, estão tantos outros antigos trabalhadores, que, apesar de terem sido indemnizados, sentem que ainda tinham muito para dar à empresa.

Refira-se que cerca de 120 trabalhadores da empresa Transmarítima foram afectados pelo processo de reestruturação da empresa, em todo o país, dos quais 72 pertenciam à delegação de Maputo e operavam nos ferryboats que ligavam as duas margens da Baía de Maputo.

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