As Forças de Defesa e Segurança repeliram, na quarta-feira, mais uma tentativa de ataque a uma das suas posições em Cabo Delgado. A informação foi avançada, ontem, por Filipe Nyusi, durante a recepção de representantes das comunidades moçambicanas no estrangeiro, na Ponta Vermelha.
Interrompida por dois anos devido à pandemia da COVID-19, a habitual saudação da comunidade moçambicana no estrangeiro ao Presidente da República, por ocasião do fim do ano, foi retomada. Na ocasião, o Chefe de Estado deu o ponto de situação sobre Cabo Delgado.
“Como referimos no informe, a situação tende a melhorar, mas o terrorismo é imprevisível. No informe que prestei, falei de uma tentativa de ataque na segunda-feira e, ontem (referindo-se a quarta-feira), houve outra tentativa de ataque, na zona de Chai, mas foi repelida pelas nossas forças. Neste momento, eles estão a ser perseguidos e esperamos que, no final do dia, os nossos jovens militares possam dar o ponto de situação. Dentro de pouco tempo, estarei com eles e irei transmitir a vossa mensagem de solidariedade para com eles”, referiu Filipe Nyusi.
PERSISTEM DIFICULDADES NA TRAMITAÇÃO DE DOCUMENTOS
Nas suas intervenções, alguns representantes de comunidades de moçambicanos residentes no estrangeiro se queixaram de dificuldades na tramitação de documentos. “Apesar de ter havido vários avanços em relação aos documentos nos países onde estamos a residir, ainda persistem desafios. No caso do Malawi, por exemplo, temos dificuldades em relação à emissão da certidão de nascimento. Eles não admitem emitir o Bilhete Identidade sem este documento”, lamentou o representante dos moçambicanos residentes no Malawi.
Mas nem tudo está mal, a comunidade moçambicana no estrangeiro agradeceu o apoio do Governo.
“Acompanhamos com muita satisfação o esforço do Governo para a assistência e repatriamento de 15 estudantes e um empresário moçambicano que estavam na Ucrânia, o que demonstra de forma inequívoca o esforço do Governo para assistir os moçambicanos no estrangeiro”, destacou Guilhermina Noronha, moçambicana residente em Ruanda.
Na ocasião, o Presidente da República elogiou o comportamento dos moçambicanos no estrangeiro e reconheceu algumas dificuldades apresentadas. “Temos estado a fazer um trabalho para que esta questão da documentação seja resolvida. Ficamos felizes porque já conseguimos montar o sistema de captação de dados para emissão de certificados de registos criminais em alguns países. Uma das grandes questões que os nossos compatriotas nos têm colocado ao longo do mundo é o impedimento de não poder votar. Estamos a envidar esforços para atingir esse objectivo. Já é possível votar em alguns países como África do Sul, Portugal e Tanzânia, mas noutros não. Vamos trabalhar paulatinamente, porque isso envolve uma grande logística”, terminou.
Ainda no encontro, os representantes das comunidades moçambicanas no estrangeiro ofereceram recordações ao Presidente da República.