Há vítimas das inundações que estão a viver nos centros de acomodação montados na Cidade de Maputo há mais de um ano, porque não podem voltar para as suas casas. A edilidade reconhece o problema e diz que está à procura de soluções.
De acordo com o Conselho Municipal de Maputo, 267 famílias continuam nos centros de acomodação na autarquia.
Recentemente, a edilidade revelou que apenas 160 famílias têm prioridade para o reassentamento, no entanto ainda não foi definido o modelo nem a data para o iniciar o processo.
No terreno, “O País” constatou que há famílias que estão desde 2022 nos centros de acomodação. É o caso do centro de reassentamento provisório, no bairro das Mahotas.
Num recinto pertencente a uma igreja, que agora é abrigo, as vítimas das inundações relatam momentos de aflição.
António Francisco é disso exemplo e disse que nunca houve solução para os seus problemas. “Estamos desesperados, e o Conselho Municipal não diz nada. Aqui não temos o mínimo de liberdade para avançar com as nossas vidas”, disse.
Neste momento, cada família procura recomeçar de onde pode, em meio a tantas dificuldades. José Vilanculos, também vítima das inundações, ocupa maior parte do seu tempo com pequenos trabalhos de costura. “Já não sabemos o que fazer; tento fazer o mínimo para conseguir alimentar a minha família.”
O mesmo cenário foi constatado no centro de acolhimento na Escolinha de Alegria, no bairro Hulene “A”. Há mais de quatro meses que dezenas de famílias compartilham espaço nas salas que deviam ser de aulas.
“Saímos das nossas casas devido às inundações, mas aqui, no centro, também passamos mal porque, quando chove, entra água”, disse Alice António, vítima de inundações.