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Famílias em Boane recebem subsídio de transporte de MZN 1100 para dois meses

Foto: O País

Mais de 300 famílias, que foram afectadas pelas inundações, em Fevereiro último, no distrito de Boane, receberam, cada uma, 1100 Meticais, para o subsídio de transporte público de passageiros. O valor disponibilizado é correspondente a dois meses.

A 14 de Fevereiro deste ano, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou a redução, em 50%, da tarifa de transporte para as vítimas de inundações no distrito de Boane, na Província de Maputo, durante três meses.

Dois meses depois, a edilidade de Boane convocou as vítimas das inundações para, em vez de redução da tarifa, atribuir a cada família um subsídio de transporte.

Cada família afectada pelas enxurradas recebeu das mãos do edil de Boane uma quantia de 1100 Meticais, um valor que deve cobrir o transporte de todos os membros durante os próximos dois meses.

“Recebemos já do Governo central o montante para fazer a distribuição aos beneficiários, aqueles que efectivamente foram afectados. Nós identificados e demos prioridade àqueles que estiveram nos centros. Foi feito ao longo deste tempo todo o cadastro e todo o recenseamento, por isso é que estão hoje, aqui, divididos em bairros”, explicou Jacinto Loureiro, edil de Boane.

Os beneficiários saúdam a iniciativa, porém dizem que o valor não poderá cobrir os dois meses previstos.

“Este valor é bem-vindo e vai ajudar no transporte, principalmente para mim que estudo de noite, na Massaca”, disse Júlio Mulungo, um dos beneficiários. No entanto, Mulungo acrescenta que “não vai ser suficiente, porque por mês, totalizando, gastamos cerca de três mil Meticais”.

E não é para menos. É que o preço de transporte, por exemplo de Boane para a Baixa da Cidade de Maputo e vice-versa, é de 25 Meticais por viagem, o que significa que, em duas viagens, são necessários 50 Meticais.

Assim, se em cada família uma pessoa usa o transporte público, durante cinco dias úteis da semana, o correspondente a 20 dias úteis num mês, são necessários, no mínimo, 1000 Meticais por mês, perfazendo dois mil Meticais para os dois meses pretendidos. Sendo assim, dos 1100 Meticais disponibilizados, seriam precisos mais 900 Meticais por pessoa, numa família em que pelo menos duas pessoas usam o transporte.

Benedita Sitoe, também beneficiária do subsídio, explica que, por dia, tem gastado 54 Meticais (para ir e voltar do trabalho) e, pelas contas, o valor não vai cobrir.

“Não chega para os dois meses, mas é assim mesmo, coisa dada só se pode agradecer”, concluiu.

Questionado sobre os cálculos feitos para se chegar a estes valores, o Presidente do Município de Boane explicou: “Estamos a dar aqueles que são os chefes das famílias, visto que seria muito difícil dar a todos. Em média, vimos que estiveram cerca de três a quatro, outro com duas pessoas. Era muito difícil fazermos esta distribuição. Como eu disse, a maior parte delas são crianças, então achamos uma média de duas pessoas por agregado e é o que, de facto, o dinheiro dá para estas famílias e é isto que estamos a distribuir”.

Segundo Jacinto loureiro, o apoio monetário vai abranger um total de 700 famílias, o correspondente a pouco mais de cinco mil pessoas afectadas pelas enxurradas e que tenham sido acolhidas em centros de acomodação.

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