Na cidade de Maputo, algumas famílias se juntaram para celebrar o fim do jejum, apelando à união entre os moçambicanos, particularmente nesta altura em que a violência armada assola algumas províncias de Moçambique e outros países.
Após à saída das mesquitas, local onde foram feitas as orações que colocam o fim aos 30 dias do mês sagrado, Ramadan, os muçulmanos, como de costume trajados de roupas de gala coloridas, reuniram-se em família para celebrar o dia.
Para a família Sau, o dia de Eid, mais do que celebração, serve para os crentes tomarem consciência das suas atitudes e para reflexão sobre os males que os assolam e o mundo. Por exemplo, há pouco tempo, perderam um familiar, além disso, muitas vidas se perdem nas zonas em conflito no país.
“Este é um momento de alegria, mas também de muita tristeza para nós, se fosse nos tempos passados, estaríamos numa grande festa, mas precisamos de reflectir, recolhermo-nos e orar por todos aqueles que não podem viver em paz, por todos que perderam os seus ente-queridos muito cedo tal como nós”, disse Zaira Sau.
Segundo a fonte, a solidariedade e a união são fundamentais neste momento para com as famílias deslocadas de Cabo Delgado, que, por conta dos ataques terroristas, não podem passar plenamente o Eid, não por falta de saúde ou de fé, mas por terem perdido tudo o que construíram durante suas vidas, como também outros familiares.
“Neste momento, pedimos união, pedimos fim à guerra tanto aqui, no país, no Iraque, Irão, Afeganistão e em todos os outros países, a união entre os muçulmanos é outro pedido que fazemos, neste momento”, rogou a crente.
Por conta da pandemia da COVID-19, a família Sau decidiu comemorar em um pequeno número de membros e optou pelas plataformas digitais para, em comunhão, viver este momento com outos integrantes.
Em Mafalala, um bairro com muitos muçulmanos, a família Ali decidiu juntar noras, netos, sobrinhos, tios e vizinhos para juntos viverem o Eid Ul-Fitr, orar pelo fim das guerras e a cura da pandemia da COVID-19.
“Este é um momento triste por causa da pandemia, pela terceira vez comemoramos o Eid assim, mas temos que agradecer a Deus pela saúde e por nos ter conservado até hoje, mas pedimos-lhe também que nos ilumine para que consigamos a cura desta doença que está a separar as famílias”, suplicou Uzna Ali.