O segundo painel da tarde deste dia inaugural da MozTech debateu “Tecnologia no desporto de alta competição”. O painel, contou com a participação de Ângelo Muria, Especialista em Desporto e Docente Universitário, quem entende que falar de tecnologia é falar de conhecimento, que deve ser produzido e aplicado. E, no país, as tecnologias para o desporto existem, o que falta é a interligação do conhecimento produzido nas universidades com as de outras áreas. “Existem tecnologias no país, por exemplo, que podem medir a composição corporal, óssea do atleta, e com laboratórios com essas condições. Precisamos é da extensão dos conhecimentos produzidos pelos estudantes para a prática desportiva”, disse Muria.
No mesmo painel, contou, igualmente, com intervenção de Deolinda Ngulela, Deolinda Ngulela, capitã da selecção nacional de basquetebol feminino e jogadora/treinadora do Costa do Sol. Referindo-se ao tema proposto para debate, a atleta disse que a tecnologia no Desporto ainda é carga de grande emoção, porque concretiza a questão da exclusão para quem não tem as mesmas condições. Ngulela revelou que as equipas moçambicanas usam pouco as tecnologias para treinamento e preparação dos jogos e que os clubes têm um grande défice na aquisição de equipamentos, básicos, como sapatilhas modernas para o caso do basquetebol.
Reagindo a percepção de Deolinda Ngulela, Alcides Chambal, seleccionador nacional-adjunto dos Mambas, reconheceu que a pouca tecnologia usada para o futebol vem do estrangeiro, mesmo no caso da selecção nacional. De acordo com Chambal, a implementação das tecnologias no desporto nacional constitui um grande desafio porque existem, inclusive, treinadores de futebol que nem um lap top possuem para que possam trabalhar, ficando sem hipótese para analisar jogos dos adversários.
Como forma de reverter todos os problemas que abrangem o desporto nacional quanto às tecnologias, Ilídio da Silva, Consultor, Formador e Docente na Escola Superior de Ciências e Desporto da UEM, propõe que se invista na informação e formação dos treinadores e desportistas. Tal cenário, na opinião de Ângelo Muria, passa por desconstruir a forma de fazer desporto no país, em que os treinadores, em muitos casos, exercem essa profissão por terem sido atletas e não por terem conhecimento.