A insuficiência dos registos civis em África poderá excluir milhões de pessoas da vacinação contra a COVID-19. A informação foi avançada pela Fundação Mo Ibrahim, que refere que mais de 50 por cento de crianças que nasceram no continente não têm existência legal.
Segundo o estudo da Fundação Mo Ibrahim, denominado “COVID-19 em África: um caminho difícil para a recuperação”, mais de 50 por cento das crianças que nasceram em África não têm existência legal por falta de registo, serviços que foram perturbados ou interrompidos durante a pandemia.
A organização alerta que a falta dos registos civis no continente africano poderá excluir milhões de pessoas da vacinação contra a pandemia da COVID-19.
Estimativas dos autores da pesquisa indicam que o número vai ultrapassar 100 milhões de crianças sem registo até 2030, se não houver investimento neste serviço público.
Na África do Sul, estima-se que 15,3 milhões de pessoas não estejam registadas oficialmente, o que pode excluir quase 30 por cento da população da vacinação.
Cabo Verde é o país africano com melhor desempenho nesta área, tendo Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Guiné Equatorial registado melhorias desde 2010.