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Faleceu René Trindade… A Zambézia perdeu um símbolo

Se lhe tirassem Quelimane, tiravam-lhe tudo, pois não sabia viver noutro sítio. René Trindade, vítima de um AVC, faleceu no passado sábado. Quem o não conheceu, seguramente que não tinha muita informação sobre a Zambézia, onde nasceu e viveu os seus quase 80 anos.

Era um ícone, um benfiquista de sete costados, conhecido e reconhecido em toda a província, mas pelo que fez e deu ao país, ganhou um estatuto que deve ser (re)conhecido em todo o país. Faltaram homenagens e reconhecimentos em vida. O desporto, em particular, ficou a dever-lhe muito.

 

VIDA DE DEDICAÇÃO

Uma injecção mal dada, aos 10 anos originou-lhe a paralisia num tornozelo que o acompanhou pela vida fora.

Isso porém não o inibiu de ser o mais eclético atleta que a Zambézia pariu. René no desporto foi voleibolista, ginasta, guarda-redes de futebol, extremo no basquetebol e fundista no atletismo. Mais tarde, para além da sua actividade laboral, foi por duas décadas presidente do Benfica de Quelimane, estando presente em todas as actividade que tivessem como objectivo o desenvolvimento da terra que o fez nascer, crescer e viver.

Mas mais do que um craque que “mandou às urtigas” os complexos e não se sentiu inibido pela deficiência que contraiu ainda jovem, o que o distinguiu foi sempre o seu amor pela Zambézia.

Vibrou pelo vermelho do Benfica de Quelimane, que lhe estava no sangue desde pequenino e uma vez Presidente da Direcção, viveu na alma, mas também de corpo, os projectos do SQB, com os olhos apontados para o progresso do desporto zambeziano. Era vê-lo a tempo inteiro no clube, no meio de papéis e de taças, a servir a colectividade do seu coração.

René Trindade foi, efectivamente, uma das maiores memórias dos zambezianos e a sua reserva moral.

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