O Presidente da Comissão da União Africana diz que os africanos já não são solidários uns com os outros e que, por isso, deve-se recuperar este espírito e garantir o desenvolvimento do continente. Lula da Silva, convidado à cimeira da União Africana, concorda com Moussa Faki e diz que o continente deve resgatar os ideais dos libertadores.
A sede da União Africana foi mesmo a capital do continente, na manhã deste sábado. Antes da abertura oficial da 37ª sessão da Conferência dos Chefes de Estado da organização, a primeira dama de Moçambique juntou-se às suas homólogas numa sessão da sua organização. Depois seguiram para onde estavam os seus esposos.
Na sala principal de sessões da Nelson Mandela, estava Filipe Nyusi, Chefe de Estado de Moçambique e seus homólogos vindos do continente e não só. O primeiro a fazer a sua intervenção foi Moussa Faki, Presidente da Comissão da União Africana.
Além de dar o ponto de situação da reforma em que se encontra a organização, Faki lamentou que as relações entre os países africanos não estejam a ser tão boas quanto alguém ousou sonhar outrora. Lamentou o facto de se estar a notar que os valores solidários entre africanos estão a desaparecer. E isto acontece num contexto em que África tem desafios a de vária ordem.
Convidado desta sessão, o chefe de Estado do Brasil, Lula da Silva também falou da necessidade de melhoria das relações entre os africanos e destes para com o seu país.
Falando praticamente para todo o continente africano, Lula lançou alertas aos países, alertas que acabam por resvalar para duras críticas à actual ordem mundial que, na sua opinião, prejudica os países africanos.
Depois da sessão de Abertura, o Chefe de Estado de Moçambique fez questão de manter encontros bilaterais com o homólogo do Zimbabwe, país que há muito luta para ser retirado das sanções pelo FMI, mas também um país cuja agricultura é produtiva.
Filipe Nyusi também teve um encontro bilateral com o primeiro-ministro da Etiópia, anfitrião da União Africana, mas também país cujo sector da aviação tem impulsionado o crescimento do turismo. Representa por volta de 31% da receita do turismo de toda a África oriental. A cimeira termina este domingo.