A 54ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM) é vista como plataforma para reforçar a aposta do Governo na agricultura. A busca de soluções inovadoras e experiências do exterior no desenvolvimento da cadeia agrícola são alguns dos factores a explorar.
Foi num ambiente tímido e de pouca afluência, embora com alguns momentos culturais (dança tradicional), que arrancou a 54ª edição da FACIM, considerada pelos organizadores de "edição da viragem".
O número de empresas expositoras superou o esperado. A Agência para Promoção de Investimento e Exportações (APIEX) previa uma inscrição de 1,500 firmas, porém, o registo aponta para 2,200 empresas entre nacionais e estrangeiras. Na edição passada, participaram um total 2,048 firmas.
No entender do Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, este aumento é um sinal claro de que a Feira Internacional de Maputo tornou-se uma grande referência para os expositores de vários cantos do mundo, destacando a estreia de países como Áustria e Argentina.
"Encorajamos aos expositores e participantes nesta Feira, a capitalizarem as oportunidades de negócios existentes, particularmente na agricultura, turismo, energia e infra-estruturas, transformando-as em compromissos concretos e em transações comerciais entre o país e o resto do mundo", disse o governante, destacando, por exemplo, que o aumento da produção agrária está a reflectir-se na redução do nível geral de preços, particularmente nos bens alimentares, bem como na redução gradual do volume de importações de produtos alimentares.
No primeiro semestre de 2018, as exportações de bens atingiram um total de 2,5 biliões de dólares, o que corresponde a um crescimento de 42%, quando comparado ao igual período do ano passado.
As vendas no exterior dos chamados produtos tradicionais cresceu em 76,1%, influenciada em grande parte pelo aumento das exportações da madeira serrada, açúcar, banana, amêndoa de caju e camarão.
Já as exportações decorrentes dos projectos de grande dimensão registaram, igualmente, um crescimento na ordem de 32,9%, como reflexo, principalmente, do aumento das receitas de exportação de carvão, alumínio e areias pesadas.
Face a estes ganhos, o Primeiro-Ministro referiu que todos são chamados para consolidar estes progressos da economia, com maior engajamento no aumento da produção e produtividade, em diferentes sectores da economia.
"Vamos continuar a dedicar especial atenção ao segmento das Pequenas e Médias Empresas para continuar a aumentar as exportações e promover o seu crescimento e maior acesso aos mercados", realçou Do Rosário.
Agricultura como montra
O sector agrário é ponte forte das potencialidades do país a serem expostas na 54ª edição da FACIM.
Impressionado com o que viu no "Pavilhão Moçambique", o Primeiro-Ministro apontou, contudo, que deve-se investir na melhoria das vias de acesso com vista a assegurar o escoamento dos excedentes agrícolas dos centros de produção para as indústrias de processamento e mercados.
A par disso, o Governo diz estar a mobilizar recursos financeiros e condições favoráveis com envolvimento de instituições financeiras, com vista a promover o processo de comercialização agrária no país.
A título do exemplo, está assegurado um fundo de garantia de crédito pelo Banco Nacional de Investimento (BNI), que irá facilitar o acesso ao financiamento para micro, pequenas e médias empresas nas cadeias de valor da produção, processamento e comercialização do sector agrário e do subsector do caju.