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FACIM 2025: Vale do Zambeze aposta na diversificação para atrair investidores

Arranca, esta segunda-feira, a 60.ª edição da FACIM.  Em Ricatla, Marracuene, o pavilhão do Vale do Zambeze surge como uma montra de oportunidades para visitantes, compradores e investidores.

Com cerca de cinquenta expositores provenientes da região centro do país, o espaço foi pensado para facilitar a circulação do público e promover contactos comerciais, apresentando projetos com potencial de investimento.

A iniciativa reúne produtores, empreendedores e prestadores de serviços que representam sectores tão diversos como o agro-processamento, o turismo, a construção e a moda, demonstrando a complementaridade entre actividades produtivas e a capacidade da região centro do país de agregar valor.

Segundo José Cardoso, representante do Vale do Zambeze, a participação na FACIM tem um caráter estratégico: não se trata apenas de expor produtos, mas de criar condições para que o mercado nacional e internacional conheça e feche negócios com empresas da região. “Para esta edição, trouxemos cerca de cinquenta expositores da região centro do país, em áreas que vão do agro-processamento ao turismo, construção e moda”, diz Cardoso, reafirmando que a diversidade do pavilhão é um reflexo da aposta em cadeias de valor integradas.

O pavilhão foi organizado em duas secções principais. A primeira concentra a exposição de produtos e serviços, com bancas que exibem alimentos transformados, conservas, frutas secas, óleos essenciais, peças de vestuário e artesanato. A segunda secção foi desenhada para facilitar a interlocução empresarial e a interlocução com investidores: conta com balcões de atendimento para agendamento de reuniões, pontos de informação sobre oportunidades de financiamento e uma sala de seminários com capacidade para sessenta participantes. Essa sala acolherá apresentações técnicas, pitchs de empresas e debates sobre temas com impacto direto no desenvolvimento regional, com destaque para energia e turismo como vetores de crescimento económico.

Para além da montra comercial, a agência leva à FACIM linhas de financiamento e mecanismos de incubação dirigidos a micro, pequenas e médias empresas. Estes instrumentos incluem programas de mentoria, formação aplicada, acesso a redes de compradores e facilitação de contactos com instituições financeiras. “Temos linhas de financiamento para apresentar e estamos com empresas na área de incubação. Esperamos mobilizar recursos e criar pontes entre empreendedores e investidores”, afirma Cardoso. O objectivo é permitir que negócios em fase inicial consigam superar barreiras de capital e de conhecimento e que empresas já estabelecidas escalem operações para novos mercados.

A agência também assumiu um compromisso de acompanhamento após a feira. O trabalho pós-evento consiste em transformar contactos em projectos implementáveis, apoiar na elaboração de dossiês de investimento, identificar instrumentos financeiros adequados e articular iniciativas com governos locais para integrar projetos no planeamento municipal e distrital. Esse seguimento é considerado essencial para que as interações durante os dias da FACIM se convertam em resultados concretos para as comunidades locais.

Os desafios que persistem não foram ignorados na preparação do pavilhão. Entre os principais entraves apontados está a necessidade de capacitação técnica e de certificação de produtos. Muitas empresas ainda operam de forma informal ou em fases iniciais de organização administrativa e produtiva. O reforço de competências, a adoção de normas de qualidade, a melhoria de processos produtivos e cuidados com rotulagem e marketing são condições necessárias para que produtores locais ganhem competitividade nacional e internacional. Para enfrentar essas lacunas, a agência utilizará os seminários e as mentorias para promover formação aplicada, diagnósticos rápidos e recomendações que possam ser implementadas a curto prazo.

Do ponto de vista do visitante, o pavilhão do Vale do Zambeze oferece experiências variadas. O público em geral poderá participar em degustações de produtos regionais, assistir a demonstrações de processamento e conhecer propostas de turismo cultural e natural. O visitante empresarial encontrará interlocutores preparados para discutir integração em cadeias de valor, soluções logísticas, projetos de energia renovável e possibilidades de parceria na construção e no turismo. A organização procurou ainda criar percursos que permitem visitas rápidas e produtivas, para quem dispõe de pouco tempo, bem como espaços para encontros mais longos e reuniões programadas para quem veio em busca de negócios concretos.

A presença do Vale do Zambeze na FACIM 2025 ocorre num momento em que a zona centro do país procura afirmar-se como corredor logístico e como polo de energia e turismo. Recursos naturais, localização estratégica e um tecido empreendedor em crescimento tornam a região atraente para investimentos que possam gerar emprego e fortalecer cadeias de valor. Para que esse potencial se traduza em desenvolvimento sustentável, é necessária cooperação efetiva entre sector público, iniciativa privada e parceiros internacionais, além de investimento continuado em formação e infra-estrutura.

No apelo final, José Cardoso convida o público e os empresários a visitar o pavilhão: “Visitem o Vale do Zambeze, venham provar os produtos, assistir aos seminários e dialogar com potenciais parceiros. A FACIM é a plataforma para transformar curiosidade em contratos e ideias em projetos viáveis.”

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