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Expulsos 11 funcionários da Saúde em Nampula por cobranças ilícitas

Foto: Correio

Onze funcionários da Saúde foram expulsos e oito demitidos da função pública na província de Nampula por envolvimento em cobranças ilícitas. O Hospital Central de Nampula (HCN) registou o maior número de denúncias que resultaram nessa decisão.

A Saúde na província de Nampula instaurou 40 processos contra funcionários do sector, na sequência de denúncias de cobranças ilícitas aos utentes das unidades sanitárias. Os processos em causa dizem respeito aos primeiros três meses deste ano e já houve desfecho.

Em conferência de imprensa conjunta, a médica Munira Abdou, directora dos Serviços Provinciais dos Assuntos Sociais em Nampula, deu a entender que a área que dirige está a distanciar-se dos funcionários com condutas desviantes, pelo que, depois de uma investigação aturada e com factos comprovativos, foram tomadas medidas que vão de leves a graves. “Estes oito e onze foram mesmo demitidos e expulsos. Para dizer que já não fazem parte. Temos enfermeiros, administrativos e seguranças que estão dentro deste número.”

O HCN lidera a lista de cobranças ilícitas, por isso é onde houve maior número de expulsões.

“Para além da maternidade, temos o Banco de Sangue onde temos informação de venda de sangue, mas também temos acompanhado a nível do Banco de Socorro no nosso hospital e temos outro lugar que temos que trabalhar com mais cuidado, que é o serviço de raio-X”, detalhou Cachimo Mulina, director do HCN, donde 10 funcionários foram expulsos.

Aquela unidade sanitária é conhecida também pela falta de camas para o internamento de doentes adultos e pediátricos, tal como reportou o nosso jornal, recentemente. A respeito deste assunto, Mulina diz que a situação foi minimizada, mas sublinha que a solução definitiva exige um investimento significativo do Governo, como é o caso da necessidade de construção de um bloco pediátrico e a conclusão das obras do Hospital Geral de Nampula.

“A partir desse momento, decidiu-se que podíamos utilizar outras unidades sanitárias, como é o caso de Muhala Expansão e de Marrere e o centro de saúde de Namiepe. Coordenamos com as equipas que estão nessas unidades sanitárias, no sentido de que aqueles doentes, que de facto podem ser internados nessas unidades sanitárias, o Hospital Central podia fazer o processo e encaminhar a essas unidades sanitárias, mas também aqueles doentes que entravam de forma grave e recuperavam-se o mais rápido possível podiam ir continuar o tratamento nessas unidades sanitárias. Neste momento, a taxa de ocupação que estava a 110%, principalmente nos serviços de medicina e pediatria, reduziu para quase 90%”, garantiu o director Mulina.

O HCN tem mais de 50 anos de existência e com o crescimento demográfico que a província regista neste momento, a mesma não responde à demanda, atendendo que é o hospital de referência na zona Norte do país.

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