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Ex-Presidente da Guiné-Conacri investigado por homicídios e tortura

Foto: UPI

Uma inspecção judiciária foi aberta contra o ex-Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé e várias outras personalidades. Todos são suspeitos de crimes como homicídios, tortura, raptos e violações, alegadamente cometidos em 2020.

De acordo com a DW, a investigação é coordenada pela Procuradoria de Dixinn, nos subúrbios de Conacri. O caso está relacionado a factos presumidos, nomeadamente homicídio, assassínio e cumplicidade, raptos e sequestros, actos de tortura, violações e agressões sexuais, agressões intencionais, actos de pilhagem cometidos na Guiné-Conacri durante o período do referendo e das legislativas de Março de 2020 e depois durante as presidenciais de Outubro do mesmo ano, segundo um comunicado citado esta quinta-feira pela DW.

A investigação abrange também o último primeiro-ministro de Condé, Ibrahima Kassory Fofana, o antigo ministro da Defesa Mohamed Diane e várias outras personalidades.

No dia 4 de Maio, o procurador-geral da República da Guiné-Conacri pediu ao procurador de Dixinn para iniciar uma investigação “sem demoras”.

Condé, de 84 anos, foi deposto no dia 05 de Setembro, após mais de 10 anos no poder, na sequência de um golpe de Estado liderado pelo coronel Mamady Doumbouya, que encabeçava as forças especiais.

Feito prisioneiro pelos militares após o golpe, Alpha Condé foi, em Janeiro, autorizado a viajar para os Emirados Árabes Unidos para receber tratamento médico. Após ter regressado ao seu país em meados de Abril, o ex-Presidente está, segundo a junta militar, em liberdade.

O procurador-geral atuou na sequência da acção iniciada em Janeiro deste ano pela Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), colectivo que liderou durante meses, a partir de Outubro de 2019, protestos contra um terceiro mandato de Condé. A repressão desses protestos, muitas vezes brutal, fez dezenas de mortos, quase todos civis.

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