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Eventos extremos mais fortes e frequentes a cada ano no país

Foto: O País

Tendem a aumentar, nos últimos anos, os eventos extremos no país. Na passada época chuvosa e ciclónica, por exemplo, choveu de forma intensa em todo o país, o que não acontecia há muitos anos.

O destaque dos eventos extremos na última época, vai para o ciclone tropical Freddy, que causou muita precipitação, e, segundo o director-adjunto do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), Mussa Mustafá, foi tão forte que o Malawi sofreu, pela primeira vez, os impactos de um ciclone, de tal forma que os impactos são vividos até hoje.

A informação foi avançada durante o balanço da época chuvosa 2022/2023, em que foi dito que a mesma foi caracterizada por muita chuva, em todo o país.

“Em outras épocas, o que tínhamos era mais chuva nas zonas Centro e Norte e, na zona Sul, seca. E nesta, tivemos chuvas em todo o país, e de forma intensa, algo que não víamos há muitos anos. Já tivemos duas épocas consecutivas de seca na zona Sul, enquanto no Centro e Norte a situação era diferente, mas, para o caso específico dessa época, o cenário foi completamente diferente”, explicou Mussa Mustafá.

A Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH), que também esteve no programa, sublinhou que as chuvas que caíram nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro foram caracterizadas por cheias de magnitude baixa em quase todas as bacias hidrográficas.

Já nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, conforme explicou Isac Filimone, as cheias foram de magnitude moderada alta, nas bacias de Maputo, Umbeluzi, bacias costeiras das províncias de Zambézia e Inhambane, incluindo a bacia do Licungo e o baixo Zambeze.

“Em termos de armazenamento, as bacias de Nampula, Nacala, Mugica e Chipembe registaram um incremento do volume de armazenamento, tendo terminado a época chuvosa a 100 por cento da sua capacidade. Isso causou inundações nas zonas agrícolas, infra-estruturas e agregados.”

Segundo Isac Filimone, uma das formas de minimizar os impactos é a criação de infra-estruturas de retenção, pois as que existem no país não são suficientes para fazer face.

“As barragens que temos, para altura em que foram planificadas, conseguiam dar conta do recado, mas a esta altura não. Se tivéssemos mais uma barragem por cada bacia, a situação estaria minimizada”, detalhou.

Outra solução para o problema, segundo Dina Ribeiro, secretária permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, é o aviso prévio do estado de tempo, e já está em curso o programa “Um Distrito, Uma Estação Meteorológica”, com o objectivo de mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas.

Para além dessa iniciativa, a representante do Programa Mundial da Alimentação em Moçambique, Antonella D`Aprille, comprometeu-se a continuar a ajudar o país a melhorar a previsão do tempo.

Na reunião de balanço da época chuvosa e ciclónica, participaram, para além do INAM e a Direcção de Recursos Hídricos, a Electricidade de Moçambique, a Associação Nacional de Estradas, o Ministério da Saúde e Centro Nacional Operativo de Emergência, que, além de fazer o balanço, falaram das lições aprendidas.

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