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Estudantes contestam novas taxas na UP-Maputo

Foto: O País

Estudantes da Universidade Pedagógica de Maputo contestam as novas taxas que entram em vigor a partir deste ano académico. As taxas de renovação de matrículas, mensalidades e exames de recorrência tiveram um agravamento que varia de 30% a 40%. A direcção da UP-Maputo diz que o objectivo é melhorar o funcionamento da instituição.

A Universidade Pedagógica de Maputo irá iniciar o ano académico 2023 com algumas mudanças. Trata-se de agravamento das taxas de matrículas, propinas e monumentos que irão entrar em vigor a partir do mês de Março.

Os estudantes de diferentes cursos leccionados pela UP-Maputo, no regime pós-laboral, dizem que o aumento das taxas não é oportuno, a olhar para o custo de vida

“Os estudantes rejeitam as novas taxas, porque, se nos inscrevemos nesta universidade, foi por termos visto a oportunidade de nos formarmos na base de um valor que estava claro e acessível aos nossos bolsos”, queixou-se um estudante em anonimato.

Segundo contaram os estudantes, foram surpreendidos com as novas taxas, pois não houve negociações antes da aprovação e da entrada em vigor.

“Só pelas taxas anteriores já nos arrastávamos para pagar, agora com este acréscimo esporádico é como se indirectamente nos dissessem ‘parem de se formar e desistam do sonho ser doutores” ‘, lamentou Ângelo Matavel, outro estudante.

Se até o ano passado, para os cursos de Engenharia Electrónica, Informática, Agropecuária, Ciências Alimentares, Jornalismo e Design de Comunicação, por exemplo, os estudantes pagavam mensalmente 3025 Meticais, de acordo com o novo edital, a taxa passa para 3950 Meticais.

Com o agravamento das taxas, os estudantes prevêem dias complicados. “Eu pagava 4710 Meticais, agora com as novas taxas, contando com duas cadeiras que tenho em atraso, terei que pagar quase 7000 Meticais”, queixou-se Amina Luís, estudante do curso de Engenharia Electrónica.

Além das mensalidades, a taxa de inscrição semestral para todos os cursos foi também agravada de 630 para 820 Meticais, para cada disciplina.

Em entrevista ao “O País”, a vice-reitora da Universidade Pedagógica de Maputo, Marisa Mendonça, confirmou o agravamento e explicou as razões.

“Este agravamento deve-se à falta de condições que neste momento estamos a enfrentar de manter o funcionamento regular da instituição. O nosso orçamento anual não sofreu alterações nos últimos anos, inclusive alguns projectos financiados pelo Estado, como as práticas profissionalizantes e, neste momento, com o agravamento de tudo que são bens e serviços, encontramo-nos numa situação de falta de capacidade”, explicou a vice-reitora da UP-Maputo, reiterando que o agravamento só não foi feito nos anos passados devido à eclosão da COVID-19.

O agravamento das várias taxas varia de 30 a 40 por cento.

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