As autoridades sanitárias efectuam, desde terça-feira, uma visita aos locais de diversão cultural (cinemas, teatros e centros culturais) para aferir o grau de cumprimento das medidas de prevenção da COVID-19, para a sua reabertura. Dos locais visitados, constatou-se que estão criadas as condições para a reabertura, depois de cinco meses com as portas fechadas.
O regresso às actividades estava previsto para 1 de Setembro, no âmbito da segunda fase do desconfinamento, não tendo acontecido, visto que os locais não apresentavam as condições necessárias para o efeito.
Segundo a Ponto Focal para área da COVID-19 no Ministério da Cultura e Turismo, Gisela Malauene, os locais visitados já apresentam as devidas condições e a reabertura pode acontecer nos próximos dias.
“Fazemos uma avaliação positiva da nossa visita. Infelizmente, alguns não estão preparados, mas, os que se mostraram disponíveis para abrir têm todas as condições criadas para o efeito”, disse Malauene.
Fazem parte das condições exigidas: na entrada, a medição de temperatura; no chão, a demarcação da distância entre os clientes; nas paredes, pontos para desinfecção das mãos; na sala, o distanciamento entre o público, bem como o uso de mascáras e/ou viseiras pelos clientes e trabalhadores destes locais.
“Infelizmente”, segundo consideram os gestores daqueles locais, as medidas trazem à tona uma nova realidade, a redução para mais da metade do número de pessoas que vão assistir aos seus espectáculos.
Sem quantificar, João Pedro, gerente do Cinema “Nu Metro”, referiu que com o cinema fechado nos últimos meses, tiveram vários prejuizos, uma vez que “sempre tinhámos a casa abarrotada. Podíamos, num único dia, receber 600 ou 700 pessoas. Tivemos que fechar as portas, isso nos fez ficar sem facturação e os prejuizos são vários”.
Já o director do Cinema Lusomundo, Pedro Sitóe, considera que, apesar do regresso ser com um número reduzido de clientes, “é melhor que nada”.
Por causa dessa redução, mesmo tendo autorização, o Centro Cultural Franco-Moçambicano reabriu apenas a galeria, no mês passado. Nesta quarta-feira, o CCFM teve a autorização para reabrir a sala que acolhe espectáculos, cinema e teatro. Entretanto, ao invés da lotação de 650 pessoas, a sala deverá receber 50. Segundo Vicent Frontczyk, Director do CCFM, o valor a ser recebido dessas pessoas não vai cobrir os custos.