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“Espero competir ao mais alto nível para representar o país”

Clitan de Sousa vai trocar o basquetebol universitário norte-americano pe-lo profissional espanhol. A internacional basquetebolista moçambicana entra para o profissionalismo pela porta da UCAM Primafrio Jairis da LF2 (segunda divisão).

2015 foi um ano de concretização de um  sonho para Clitan Evandra de Sousa, extremo  que, juntamente com Manuela Fungate e Neide Ocuane,  cruzou o atlântico  com objectivo de vingar no Seward County Commu-nity College, instituição que tem sido talismã para basquetebolistas moçambicanas.

Evidenciou-se, na época 2015-2016, nas “Lady Saints” com média de 16.7 pontos/jogo, 7.1 ressaltos, percentagem de 62.5% na linha de lances livres e 26.9% nos tiros exteriores.

De resto, foi determinante para que “Lady Saints” terminassem em segun-do lugar na Conferência Jayhawk e, depois, no Torneio da Região VI co-mo “rookie”.

Mais há mais dados: iniciou 32 dos 33 jogos do SCCC no ano, tendo re-gistado média de 8,0 pontos e 5,4 ressaltos/ jogo.

Com um bom nível de evolução, não escapou aos olheiros norte-americanos que trataram de recrutá-la para o Oklahoma State University da “Division One”, ou seja, divisão I da NCAA.

Assolada por lesões, que a impediram de jogar durante dois anos devido a intervenção cirúrgica que sofrera no joelho, não desistiu. Nem tão! Lu-tou para vencer e, este ano, vai dar o salto para o basquetebol profissio-nal europeu pela porta do UCAM Primafrio Jairis da segunda divisão.

Para trás fica o sonho de alcançar um feito apenas atingido por Clarisse Eulália Machanguana: jogar na Womens National Basketball Association (WNBA). Não trilha, para já, os caminhos de “Match” que jogou durante 10 anos nas Los Angeles Sparks, Orlando Miracle e Charlotte Sting.

Mas os objectivos são claros numa liga atractiva e com exposição. Traba-lho, trabalho e…mais trabalho é a chave do sucesso. “Em termos de pers-pectivas, eu acredito que o basquetebol espanhol é um dos melhores do mundo. É um basquetebol de qualidade. Espero evoluir muito. Espero po-der competir ao mais alto nível para poder representar o país e ter uma melhor performance”, confessou a basquetebolista ao “O País”.

No alto dos 1,83m, Clitan de Sousa inicia uma nova aventura na qual es-pera, acima de tudo, mostrar o seu real valor num país em que as compa-triotas Clarisse Machanguana (Barcelona), Leia “Tanucha” Dongue (Cam-pus Promete, Girona e Gernika Bizkaia) e Tamara Seda (RPK Araski) de-ram cartas.

“O facto de eu conhecer algumas atletas que jogam ou jogaram na Espa-nha, como a Leia Dongue e Tamara Seda, foi determinante para a minha escolha. Tenho, igualmente, a oportunidade de continuar com os meus es-tudos. Vou jogar numa universidade que disponibilizou u ma bolsa para fazer o meu mestrado.

Estes dois factores foram muito importantes para a minha tomada de decisão em relação ao país em que vou continuar com a minha carreira”.

Na hora de partida, De Sousa não tem dúvida: foram anos de muita aprendizagem nos EUA. “Aprendi bastante. Cresci muito como jogadora e ganhei muita maturidade. Eu faço uma avaliação positiva dos anos em que estou nos EUA Tive que ultrapassar muitas dificuldades por estar lon-ge da família. Foi algo que me fez crescer muito como jogadora. Tirando os dois anos de lesão que me impediram de jogar, em que fiz uma cirurgia no joelho, eu fui crescendo todos os anos.

Mesmo quando fiz a cirurgia, continuei a trabalhar com o meu fisioterapeuta”.

Antes de abraçar o basquetebol colegial nos EUA, a extremo integrou, ainda com 14 anos, a selecção nacional de basquetebol sub-16 que dispu-tou o “Afrobasket” da categoria, tendo sido destacada como atleta revela-ção.

Dois anos depois, ou seja, em 2014, Clitan de Sousa capitaneou a selecção nacional de basquetebol sub-18 que conquistou a medalha de bronze no “Afrobasket” da categoria, competição realizada no Egipto.

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