O novo surto da Varíola dos Macacos já fez mais de 500 mortos em África e mais de 17 mil infectados. Na quinta-feira, foi anunciado o primeiro caso na Suécia, o que preocupa especialistas de todo o mundo, que concordam ser urgente intervenções para evitar propagação e mortes.
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) declararam, esta semana, a varíola como uma emergência de saúde.
Em África, o CDC contabilizou mais de 500 mortes e mais de 17 mil infectados, na sua maioria, na República Democrática do Congo, porém, devido à falta de meios para o diagnóstico, acredita que os números podem ser maiores.
“A maior parte dos casos registam-se na RDC, mas os testes nas zonas rurais são limitados, tendo sido testados, este ano, apenas 24% dos casos suspeitos no país, o que significa que o número pode ser superior ao dos relatórios oficiais”, cita Euronews.
Na Europa, a Suécia anunciou o primeiro caso da nova variante mortal, tendo afirmado que “não altera o risco para a população em geral”, cita o Euronews.
E, antes disso, o Director-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha alertado sobre a necessidade de o mundo estar melhor preparado para mitigar o Mpox.
“A emergência de um novo clado de mpox, a sua rápida propagação no leste da RDC e a notificação de casos em vários países vizinhos são muito preocupantes. E, é evidente que é necessária uma resposta internacional coordenada para travar estes surtos e salvar vidas
Em reacção a doença, especialistas de saúde defenderam que é preciso que se encontrem soluções globais antecipadas para se evitar “o pior”.
Jaime Garcia-Iglesias, chancellor’s fellow no Centro de Biomedicina, Self e Sociedade da Universidade de Edimburgo, referiu que a falta de meios e de vacinas em África contribuiu para o surto.
“A declaração da OMS é importante porque vai galvanizar os esforços e fazer com que os governos entrem em acção”, disse, justificando que “há necessidade de financiamento para investigação e diagnóstico, bem como de mensagens adequadas para as comunidades”.
Trudie Lang, professora de investigação em saúde global na Universidade de Oxford, também citada pelo Euronews, num comunicado, também insistiu no reforço da capacidade do diagnóstico e da investigação.
“Pode ser uma infecção muito perigosa e tem havido mortes, mas para compreender a taxa de mortalidade precisamos de compreender melhor o número de infectados em geral, incluindo os que têm uma doença mais ligeira e o grau de infecção”, afirmou.
Em África, pelo menos 13 países foram afectados, incluindo aqueles que não tinham registado casos recentes de varíola, como Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda.