O País – A verdade como notícia

África receberá ajuda dos países ricos para combater mudanças climáticas

Os países ricos prometem gastar cerca de 25 mil milhões de dólares até 2025 para ajudar a África na luta contra a seca e ciclones. O montante prometido pelo Programa de Aceleração da Adaptação de África, uma iniciativa conjunta entre várias nações e organizações, foi apresentado como o maior esforço de adaptação de sempre a nível mundial, escreve o Observador.

Metade da verba é prometido pelo Banco Africano de Desenvolvimento, com representantes da Dinamarca, Reino Unido, França, Holanda, Fundo Monetário Internacional e outros a oferecerem também o seu apoio à iniciativa.

O continente africano é responsável por apenas 3% a 4% das emissões, apesar de albergar quase 17% da população mundial, mas os especialistas dizem que é particularmente vulnerável às alterações climáticas por ser menos capaz de se adaptar.

As nações africanas esperam utilizar os fundos para melhorar a sua resistência a eventos climáticos extremos, tais como secas ou inundações, aumentar a cobertura de árvores e proteger a biodiversidade, bem como expandir a sua capacidade de energia renovável.

A cimeira decorre poucas semanas depois de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) ter constatado que os países ricos não tinham cumprido a sua promessa de gastar 100 mil milhões de dólares (100,7 mil milhões de euros) por ano em 2009 para ajudar os países em desenvolvimento a adaptarem-se ao aquecimento do clima.

A organização disse que 83,3 mil milhões de dólares foram dados aos países mais pobres em 2020, a soma mais elevada de sempre, mas ainda assim inferior ao montante original.

Se os fundos prometidos na Cimeira de Roterdão forem entregues, o objectivo de décadas será finalmente alcançado, mas as nações africanas advertem que isto não será suficiente.

“A África não tem os recursos para enfrentar as alterações climáticas. O continente recebe apenas 3% do financiamento total para o clima”, disse Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento durante uma cimeira em Roterdão, Países Baixos.

A África precisará entre 1,3 e 1,6 biliões de dólares esta década para implementar os seus compromissos com o acordo climático de Paris, um custo anual entre 140 e 300 mil milhões de dólares, disse Adesina. Acrescentou que os custos de adaptação às alterações climáticas deverão aumentar até 2050, à medida que os efeitos do aquecimento global se tornam mais graves.

O Presidente do Gana, Nana Akufo Addo, disse que o seu país vai fazer pressão para que os fundos atribuídos à adaptação a um clima mais quente sejam duplicados na próxima cimeira das Nações Unidas, no Egito, em novembro.

Após décadas de países desenvolvidos a ficarem aquém das suas promessas de financiamento, muitas nações africanas continuam céticas de que os fundos chegarão alguma vez ao continente.

O Campeão de Alto Nível das Nações Unidas para as Alterações Climáticas no Egito, Mahmoud Mohieldin, disse que a estrutura global existente de financiamento do clima é “insuficiente e ineficaz”, especialmente para África.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos