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Esgotadas vagas para 1ª classe, mas há enchentes na matrícula do secundário 

Arrancaram, segunda-feira, as matrículas no ensino secundário-geral em todo o país. No segundo dia, as escolas da capital registaram um número significativo de alunos que procuram se inscrever. Já no primário, apesar de ter findado o prazo das matrículas para primeira classe, ainda há pais que procuram por vagas.

De estatura física pequena, Edgar Manuel parece ter 10 anos de idade. Deixemos a estatura física de lado. O adolescente de 13 anos de idade e concluiu com sucesso a sétima classe e sabia muito bem onde queria frequentar o ensino secundário. “Eu sempre quis estudar na Escola Secundária Josina Machel”, revelou Edgar Manuel, justificando que a escola “é espaçoso e acho que poderei explorar o espaço, conhecer novas pessoas e, acima de tudo, aprender”. 

O adolescente de 13 anos sonha em ser militar e acredita que tem tudo para dar certo. A mãe acredita no potencial do filho e quer ajudá-lo a concretizar o seu sonho, matriculando-o no ensino secundário-geral. “Vim fazer matrícula para o meu filho. A fila está um pouco longa, mas já sei dos requisitos exigidos. Fotocópia de bilhete de identidade, declaração de passagem e duas fotografias”, enumerou Vitória Estrela, mãe do pequeno Edgar Manuel. 

Além dos requisitos supracitados, sabe-se que oitava e nona classes não pagam a taxa de inscrição de matrículas. Aliás, esta é uma informação do domínio de Vitória. Entretanto, ela prefere ser uma mulher prevenida (ao levar sempre algum dinheiro) e organizada (ao fazer a matrícula a tempo e hora). 

“Tenho informação de que não se paga, mas prevenir levei um valor porque se calhar tem um kit da escola, tipo bolso ou gravata”, explicou Vitória Estrela. “E claro, é complicado esperar para última hora. Mesmo hoje (referindo-se a ontem) estamos aqui a enfrentar essa fila. Imagina no último dia. As coisas serão mais complicadas”, avançou. 

E não é só Vitória que tem esse pensamento. Valquira e Cláudia também foram garantir a sua continuidade na escola que muito bem conhecem e, acima de tudo, gostam. Até porque foi na Escola Secundária Josina Machel onde frequentaram a oitava classe. 

“É muito bom estudar aqui. Não vejo nenhuma maldade”, disse Cláudia, aluna da Josina Machel, secundada por Valquira ao afirmar que “que foi bom ter estudado a oitava classe e vale à pena continuar a estudar aqui. O que mais gosto aqui é o ambiente”. 

Certamente que o ambiente que ela gostou não foi de enchente no segundo dia de matrículas, mas foi este que caracterizou a Escola Secundária Josina Machel. Pais, encarregados de educação e alunos formavam filas, preenchiam fichas, faziam fotografias e por fim garantiam uma vaga.

E poderão seguir esses procedimentos, cerca de 350 alunos da oitava classe e 480 da décima primeira. “Em relação aos que já frequentavam, esses foram renovando as matrículas ao longo do ano 2019 e outros estão a fazê-lo no presente ano. Naquilo que é a expectativa de frequência na escola, contando os dois turnos, esperamos ter 5.200 alunos” revelou Orlando Dima, director da Escola Secundária Josina Machel. 

Na Escola Secundária Francisco Manyanga, o cenário quase que se repete…os alunos todos, pais e encarregados de educação aproximaram-se da instituição para regularizar a sua situação. 

Entretanto, a Manyanga poderá receber mais alunos de novos ingressos que a Escola Secundária Josina Machel. Para oitava classe, por exemplo, são esperados 600 alunos e 500 para décima primeira. “Os meninos para oitava classe assim como para décima, que são os novos ingressos, têm aparecido e o trabalho está a decorrer, normalmente”, tranquilizou Lúcia Coana, directora da Escola Secundária Francisco Manyanga. 

O mesmo já não se pode dizer em relação às escolas primárias que estão quase às moscas. As matrículas para outras classes decorrem a um ritmo “morto” e para novos ingressos da primeira classe há pais que pedem mais vagas. 

Entretanto, todas as escolas primárias alcançaram suas metas antes do prazo estabelecido (01 de Outubro a 31 de Dezembro de 2019). “Como sempre, há pais que deixam tudo para última hora e aparecem por estes dias a pedirem vagas, mas porque já atingimos a nossa meta e em planificação não se pode ultrapassar a meta. Assim, nós temos encaminhado os pais para outras escolas vizinhas”, explicou a directora da Escola Primária 03 de Fevereiro. 

Além da 03 de Fevereiro, “O País” escalou outras escolas primárias da cidade de Maputo e constatou a mesma realidade: já não há vagas para novos ingressos da primeira classe. “Para primeira classe já não temos vagas. Eram 158 vagas e todas elas foram ocupadas. Para sexta classe, temos 170 vagas. As matrículas começaram no dia 06 e terminam no dia 24 de Janeiro”, acautelou Alberto Jairosse, director pedagógico da Alto Maé. 

Amanhã, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano vai realizar uma conferência de imprensa para fazer o balanço das matrículas para novos ingressos da primeira classe em todo o país.  

 

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