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Escritores elegem secretário-geral dia 2 de Abril

Os membros da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) irão eleger a nova direcção da agremiação no próximo dia 2 de Abril.

 

Esta é a segunda tentativa. No passado dia 5 de Março, a Assembleia-Geral da AEMO não conseguiu reunir consensos necessários para a eleição da nova direcção da agremiação. Duas semanas depois da reunião longa e tensa, o secretariado em exercício emitiu um comunicado de imprensa em que avança uma nova data para a realização das eleições. Afinal, segundo acrescentou, esta terça-feira, o actual Secretário-Geral, Carlos Paradona, candidato à sua própria sucessão, estão ultrapassadas as questões que dividiam as duas listas concorrentes.

Uma questão que contribuiu para a interrupção da Assembleia-Geral da AEMO, no princípio do mês, foi a apresentação da lista da admissão de novos 40 membros da agremiação. A lista de Lucílio Manjate pediu que o secretariado em exercício provasse, com recurso a uma acta, que se cumpriram os requisitos exigidos para admissão dos membros em causa. Não havendo essa acta, o Presidente da Mesa da Assembleia, Filimone Meigos, marcou um encontro com o específico objectivo de resolver o impasse entre as partes envolvidas no processo eleitoral.

A fim de garantir a realização das eleições de forma pacífica e transparente, a reunião aconteceu no passado dia 9 de Março, numa quarta-feira. Na sessão estiveram os representantes das duas listas concorrentes, a Comissão de Verificação constituída em Assembleia-Geral e a Comissão Eleitoral da AEMO, que, segundo uma nota de imprensa partilhada esta terça-feira, chegaram à seguinte conclusão: “A Associação dos Escritores Moçambicanos, em face a lista de admissão de “40 novos membros”, vem a público esclarecer que teve lugar no passado dia 9 de Março corrente, uma reunião da Comissão de Verificação constituída em Assembleia-Geral e a Comissão Eleitoral da AEMO, tendo estas concluído não haver quaisquer indícios tendentes a viciação do processo eleitoral da agremiação”.

Se, por um lado, Lucílio Manjate reconhece que no encontro do dia 9 de Março definiu-se uma nova data para as eleições, por outro, distanciou-se, com espanto, esta terça-feira, de um eventual consenso em relação à decisão tomada sobre a admissão de novos 32 membros da AEMO, que afinal não são 40. “Em primeiro lugar, penso que, a fazer-se um comunicado de imprensa, este deve ser emitido pela Comissão Ad Hoc criada para a verificação do processo de adesão dos 40 novos supostos membros. Tanto é que a mesma Comissão ainda está a trabalhar. Fico espantado com um Comunicado emitido pelo actual Secretariado pois, ao ignorarem a Comissão Ad Hoc, emitindo um comunicado unilateralmente e faltando grosseiramente à verdade, mancham todo o trabalho já realizado pela mesma Comissão e coloca em causa a continuidade dos trabalhos, cuja retomada foi marcada para o dia 2 de Abril”.
E o escritor acrescenta: “Ficou provado e foi dito na reunião do dia 9, que, dos 40 candidatos a membros – que afinal eram 35 – somente 3 tinham condições para serem admitidos. Ficou igualmente dito que todos teriam até 3 dias antes da retomada dos trabalhos para entregarem os documentos em falta”.

Sobre a questão “40 novos membros”, a AEMO reconhece a falha em comunicado: “Concluída a análise do dossier das candidaturas e da lista apresentada pelo secretariado em exercício, constatou-se que, por lapso de digitalização, apenas ocorreu repetição de certos nomes, em número de cinco, ajuntando-se a este erro, simples falhas de preenchimento das fichas de candidatura, por parte de alguns dos 35 escritores candidatos a categoria de membro efectivo, que ora dispõem de um prazo de até 3 dias antes do dia da votação para a correcção das respectivas faltas”.

Para Lucílio Manjate, a atitude do actual secretariado, “mais uma vez, apresenta indícios de tentativa de fraude eleitoral. Isto porque não é possível que o secretariado apresente uma lista final quando a Comissão Ad Hoc ainda está a trabalhar na produção da mesma”.

Seja como for, os escritores voltam a reunir-se no dia 2 de Abril, com a renovada missão de eleger os novos órgãos directivos.

 

 

 

 

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