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Escolas Mateus Sansão Muthemba e Ndambine 2000 vencem 8ª edição do Vodacom Turma Tudo Bom

E os prémios Vodacom foram para turma de Gaza e Sofala
Nova final, mesmo entusiamo. O cine Scala, na cidade de Maputo, teve audiência cheia, maioritariamente trajada de camisetas de cor vermelha, a oficial da operadora 84, a grande patrocinadora do Vodacom Turma Tudo Bom.

Na derradeira gala da oitava edição do maior concurso entre escolas secundárias do país, alunos das três regiões de Moçambique disputaram o grande prémio de 150 mil meticais, celulares, computadores portáteis, medalhas, trofeus, recargas e megabytes gratuitos por um ano na rede Vodacom. Naturalmente, tal ventura coube a muito poucos. Dos 10 finalistas que representaram Norte, Centro e Sul, primeiro alcançaram a primeira classificação a dupla José Ngovene e Nelson Cossa, da Escola Secundária Ndambine 2000, de lá daquela província onde o Limpopo atravessa antes de desaguar no Índico – o leitor distraído deve não estar a perceber que província é essa. Clarifica-se: Gaza.

Os alunos da Ndambine 2000 (do xichangana, cheias de 2000 em português), nesta edição, sempre destacaram-se na categoria Olimpíadas Académicas. Na final de sábado, derrotaram os adversários das escolas secundárias Paulo Samuel Kankhomba, do Niassa, e Geral de Quelimane, da Zambézia. A prova de múltipla escolha desafiou os alunos a responderem afirmativamente às questões relacionadas com várias áreas de conhecimento, designadamente, Língua Portuguesa, Literatura, Geografia, História, Física e Matemática.

Portanto, venceu a escola cujos alunos mais respostas acertadas tiveram.

Momentos depois de terem sido laureados vencedores desta oitava edição do concurso Vodacom Turma Tudo Bom, José Ngovene e Nelson Cossa, da Escola Secundária Ndambine 2000, confessaram sentirem-se recompensados por terem participado na iniciativa da Stv, com apoio da Ethiopian Airlines e Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano e patrocínio da Vodacom. E a satisfação tem mesmo razão de ser, afinal esta não foi a primeira vez que a dupla tentou admitir ao concurso. Ano passado os rapazes tentaram, porém as suas capacidades competitivas não foram além da fase regional Sul. Então prepararam-se mais, com esse sentido de “desforra” muitas vezes agridoce. Este ano, os colegas que também são amigos, voltaram com tudo. Responderam às questões acertadamente mais do que qualquer outra dupla, e, assim, carregaram o grande prémio para Gaza.

“Estamos aqui com um grande prémio para a região Sul. Este foi o resultado de um grande esforço e uma boa preparação”, afirmou Nelson Cossa.

Igualmente em primeiro lugar, no caso na categoria Talentos (canto, dança e representação) estiveram As Fuzilinhas, duas alunas dançarinas da Escola Secundária Mateus Sansão Muthemba de Sofala. Diferente dos que venceram nas Olimpíadas Académicas, as meninas ganharam o concurso por terem somado o maior número de votos do público e do júri. Na final a dupla dançou um pouco de alguns ritmos, com destaque para tropicais/ latinos e house-music. As meninas agradeceram aos coreógrafos e aos encarregados de educação, pela ajuda e apoio.  

A vitória d’As Fuzilinhas não foi nada fácil. Na final, a categoria Talentos, em geral (e a subcategoria dança, em particular), teve concorrentes muito capazes. Por exemplo, a dupla Maluculândia, do Niassa (que dançou feito loucos, mesmo a condizer com o nome do grupo), e os Hot Boys, esses meninos quentes que apenas foram incapazes de aquecer a votação que lhes permitisse levar o grande prémio para Secundária de Chicumbane, Gaza. Mesmo sem vencer, a dupla deixou boa imagem para o público do Scala, que reagiu eufórico desde o princípio da actuação ao até ao fim. Os vários alunos também da escola secundária que estiveram no auditório não resistiram aos passos femininos misturados com outras coisas feitos por rapazes. E aquele gesto de levar o dedo à boca como umas autênticas Mariazinhas? Sorrisos e aplausos não fazem ninguém ganhar. Então os meninos ficaram mesmo pela final, se calhar com um sentimento de dever cumprido.

 

A turma foi boa de canto e representação

À parte a dança, a subcategoria de canto e representação levou performances incríveis à final da oitava edição do Vodacom Turma Tudo Bom. No primeiro caso, logo a abrir a categoria Talentos, a ambiciosa Leonilde Mualia, do Niassa, que foi a Maputo para ganhar, mesmo sem ter alcançado o seu grande objectivo, cantou uma música de lá da terra, verosímil, que descreve um cenário do frio e do matope (lama para os mais rigorosos) que caracteriza aquela província do Norte. Mualia não venceu, e nem foi a única que poderia a ficar na vontade. No canto, igualmente, houve Damiana Barros, de Tete. Talento puro. A garota da terra dos embondeiros e maçanicas cantou duas músicas. Primeiro, “Filho”, de Marllen. Aí deixou boa impressão.

Depois, “One and only”, de Adele. Furor autêntico. Pela Primeira vez o Scala ficou quieto. Toda a gente a ouvir. Calafrios, arrepios e sei lá mais o quê. Menina “craque” de canto. A Escola Secundária de Chingodzi, do bairro que dá nome ao Aeroporto de Tete, esteve muito bem representada. Damiana Barros não venceu, mas mostrou ter arte nas veias e, claro está, nome de artista.

Quanto à representação, novamente, a província de Tete mereceu destaque. A dupla Os Viralatas Júnior apresentou uma história fenomenal. O enredo gira à volta de um curandeiro (charlatão) e uma senhora infectada pelo HIV. No desespero, a personagem recusa-se a aceitar o diagnóstico clínico. Então decide ir mergulhar a esperança nos enigmáticos universos dos curandeiros. Aí é enganada e a moral vem ao de cima: o hospital é o melhor sítio para curar as doenças e a SIDA ainda não tem cura. Tudo isto bem feito. Sem preconceitos, numa representação de alto nível.

Mesmo sem terem alcançado a “perfeição” dos Viralatas Júnior, a dupla Waka Zulu, de Maputo, também deixou uma boa imagem. Nem uns nem outros ganharam, é verdade, mas, às vezes, a vitória é relativa.

 

Outros classificados

Na categoria Olimpíadas Académicas, em segundo lugar esteve a Escola Secundária Paulo Samuel Kankhoma do Niassa. Em terceiro ficou a Escola Secundária Geral de Quelimane, da Zambézia. Ambas, respectivamente, foram premiadas com 75 mil e 50 mil meticais.
Na categoria Talentos, Énia Nuvunga (canto), da Escola Secundária de Chicumbane, ficou em segundo lugar, tendo, por isso, garantido 75 mil meticais para Gaza. No último lugar do pódio esteve Anésia Morais, da Escola Secundária São Carlos Luaga, da Zambézia. Esta concorrente de canto leva, assim, 50 mil meticais para a sua província.  

Além dos premiados em primeiro, segundo e terceiro lugares, a Vodacom ofereceu prémios de participação que incluem celulares para todos os finalistas.

 

Objectivos alcançados e organização satisfeita

“Penso que este é um projecto interessante e a Vodacom vai continuar a apostar na educação, essencialmente”. As palavras são do PCA da Vodacom. De acordo com Salimo Abdula, a telefonia móvel vai continuar a apostar na juventude, na educação e na formação, considerando que a Turma Tudo Bom não é a única iniciativa da empresa, há também o Vodacom Faz Crescer.

Já segundo o Director do canal Stv, Boaventura Mucipo, o objectivo de colocar crianças do ensino secundário de todo o país a concorrem de forma sã para canto, dança, representação e conhecimento, através da categoria Olimpíadas Académicas, foi alcançado. “Atingimos esse objectivo. Foram aqui identificados grandes talentos, obviamente que precisam ser lapidados”.

Quanto à percepção do representante do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, José Pereira, mais uma vez ficou provado que o concurso Vodacom Turma Tudo Bom é a melhor forma de ocupar e entreter a juventude. “Foi um sucesso!”, reconheceu Pereira.

 

 

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