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Escolas iniciam aulas sem livros de distribuição gratuita

Foto: O País

Mais uma vez, alunos do ensino primário iniciarão as aulas sem os livros escolares de distribuição gratuita. Tal facto deve-se ao atraso na distribuição do livro escolar do Sistema Nacional de Educação. Algumas escolas recorrem a stocks do ano passado e livros devolvidos pelos alunos.

Não é de hoje que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano vem enfrentando dificuldades na distribuição do livro escolar gratuito, antes do arranque do ano lectivo, ou seja, o livro escolar só vem semanas depois do arranque das aulas.

Com a eclosão da COVID-19 no país, a situação agravou-se, tendo-se, desde 2021, passado a receber o livro um pouco mais tarde.

Alguns gestores escolares, na Cidade de Maputo, confirmam o facto.

“Pela informação que temos, o livro poderá chegar nos meados de Fevereiro, mas é preciso ressalvar que a escola tem alguns livros do ano passado. O livro que talvez nos possa preocupar é o da 6ª classe, isto devido ao facto da implementação da nova lei do sistema nacional de ensino, que entra para o sistema de monodocência”, disse Amilcar Bata, director da Escola Primária Completa Unidade 10.

Com recurso aos livros de devolução obrigatória, isto é, de 3ª a 7ª classes, Bata diz que a escola busca formas de minimizar o impacto.

“Já existem os conteúdos, os programas e é a partir daí que os professores irão planificar as aulas, para poder arrancar enquanto esperamos pelos livros para os alunos poderem fazer o devido acompanhamento”, disse.

Apesar de todo este esforço, há barreiras que poderiam ser ultrapassadas com a presença atempada do livro, principalmente para as classes iniciais.

“Este facto tem criado dificuldades, obrigando o professor a duplicar os esforços para ensinar. Por exemplo, para a 1ª e 2ª classe, onde o livro é igualmente caderno, o aluno precisa deste material didáctico para responder a alguns exercícios e acompanhar as aulas devidamente. Mas, com recurso a outros materiais didáticos, conseguimos responder a esta situação”, explicou  Rabeca Muchuane, directora da Escola Primária Completa Avenida da FPLM.

Numa entrevista ao jornal “O País” a 05 de Janeiro de 2022, a porta-voz do Ministério da Educação, Gina Guibunda, aponta a falta de locais para armazenamento de livros como a principal causa do atraso.

“Geralmente, o livro tem que chegar perto do início do ano lectivo, porque não temos um lugar onde eles possam estar por muito tempo, mas também porque o nosso país é sujeito a eventos extremos, calamidades e não é seguro tê-los”, explicou Gina Guibunda.

A poucos dias para o arranque do ano lectivo 2022, decorrem as matrículas  da 8ª a 11ª classes, com término previsto para o dia 21 de Janeiro corrente.

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