O País – A verdade como notícia

Época chuvosa: aprovado plano de contingência com défice de 7,4 mil milhões de Meticais

O Governo tem um défice de 7,4 mil milhões de Meticais para fazer face aos efeitos da actual época chuvosa, que poderá afectar cerca de 2,2 milhões de pessoas. Os números constam do plano de contingência para a época chuvosa 2022–2023, aprovado hoje.

Para época chuvosa e ciclónica 2022–2023, o Comité de Gestão de Calamidades aprovou, esta segunda-feira, o plano de contingência.

O documento prevê um aumento do número de pessoas a serem afectadas pelas chuvas no país, de cerca de um milhão e quinhentas mil, na época passada, para 2,2 milhões, na actual época.

“Um número relativamente alto, em relação à época passada, devido à grande probabilidade de ocorrência de cheias, de magnitude alta, bem como o facto de que as famílias ainda se ressentem dos efeitos da época passada, o que as torna mais vulneráveis”, explicou Luísa Meque, presidente do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.

Segundo a dirigente, durante a época passada, muitas famílias perderam casas e bens e ainda lutam para se recompor.

Na última época chuvosa, o valor necessário para fazer face aos efeitos indesejados era de cerca de 10 mil milhões de Meticais. Entretanto, na actual época, a quantia subiu para 12,5 mil milhões. E o Governo ainda não tem esse valor.

“Em termos de valores disponíveis para época chuvosa 2022–2023, nós contamos com 5,1 mil milhões de Meticais, que é o resultado que será alocado ao INGD, tendo em conta as várias contribuições que foram feitas. Para este cenário, nós ainda temos um défice de 7,4 mil milhões de Meticais, que deverão ser mobilizados junto a vários parceiros de cooperação e da sociedade civil, em geral”, avançou Meque.

O Governo, diante deste défice, diz que já começou com a campanha de angariação de fundos, por forma a estar em prontidão para responder aos eventuais desafios das intempéries previstas (ventos fortes, inundações urbanas, seca, cheias e ciclones).

A previsão para próxima época aponta, sem muita diferença com a anterior, a ocorrência de inundações urbanas nos municípios de Maputo, Matola, Beira e Quelimane.

Sobre o risco de inundações precipitadas pelas bacias hidrográficas, por acumularem grandes volumes de águas, o alerta vai para as bacias do Licungo, Búzi e Púnguè, Incomáti, Umbeluzi e Maputo.

Em relação à aprovação tardia do plano de contingência, a presidente do INGD, Luísa Meque, explica que tal se deve ao facto de o país depender de entidades internacionais.

“Não é só Moçambique que está dentro da constituição deste plano. Nós temos que esperar que chegue o momento para a realização do seminário da Sarcofe, onde estão envolvidos vários países. Nesse encontro de Moçambique, participaram o INGD, o INAM e parte da gestão de recursos hídricos. Só depois deste encontro, a nível da Sarcofe, é que Moçambique começa a fazer o plano de contingência. Então, não temos como fazer assentes.”

O plano ora aprovado pelo comité de gestão de calamidades, chefiado pelo Primeiro-Ministro, prevê ainda haver alto risco de surgimento de doenças como a malária e a cólera, devido aos níveis de precipitação, nalgumas províncias do Sul e Centro do país.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos