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EPC Unidade 24 demolida após cinco anos de abandono na Cidade de Maputo

Foi destruído o edifício degradado onde funcionava a Escola Primária Unidade 24, no bairro de Maxaquene, na Cidade de Maputo. O objectivo é acabar com a criminalidade naquela zona da capital do país, que tira sono a muitas famílias.

O edifício foi destruído pela edilidade de Maputo, na semana passada. Segundo pessoas que moram nos arredores, o local albergava malfeitores.

As queixas de assaltos, agressões e violações sexuais já eram recorrentes naquele ponto do bairro de Maxaquene “A”, na Cidade de Maputo. O elevado índice de criminalidade era, em parte, influenciado pela existência de uma infra-estrutura abandonada e degradada.

Desde o ano 2017 que as salas de aula, gabinetes e balneários da Escola Primária Completa Unidade 24 estavam degradados. De acordo com os moradores, o lugar era preferencial para o esconderijo de malfeitores.

“Pessoas de conduta duvidosa vinham fumar e beber aqui, e durante todas as manhãs e noites, as pessoas não passavam em segurança, porque já sabiam que, de alguma forma, seriam assaltadas”, contou Herma Momed, residente naquele bairro.

Ilda Chaúque, residente no bairro Maxaquene “A” há mais de 20 anos, ainda se lembra de como era a Escola Primária Completa Unidade 24 quando estava operacional.

“Os alunos enchiam o pátio desta escola, mas o problema da enchente das águas, sempre que chovesse, obrigou as autoridades a encerrarem a escola e os alunos foram distribuídos pelas escolas das redondezas. De lá a esta parte, a escola foi-se destruindo cada vez mais e os assaltantes passaram a vir esconder-se por aqui”, narrou Ilda Chaúque.

Seis anos depois, a infra-estrutura temida pelos moradores deste bairro foi destruída pela direcção da Educação da Cidade de Maputo, em coordenação com a edilidade.

“Esta escola foi encerrada em 2017, devido a problemas de infiltração nas paredes, lençol freático muito alto… por isso se concluiu que não havia condições de prosseguir com o processo de ensino-aprendizagem, porque perigava a vida dos utentes”, explicou Samuel Menezes, porta-voz da direcção da Educação da Cidade de Maputo.

Com a destruição da considerada moradia de criminosos, os residentes deste bairro da capital do país esperam ver reduzido o índice de criminalidade.

“Esperamos que seja construído algo que vai trazer alguma diferença positiva nas nossas vidas. Que a infra-estrutura traga paz para os moradores de Maxaquene “A”, porque estamos cansados dos recorrentes assaltos”, pediu Joyce Moisés.

Por sua vez, a direcção da Educação da Cidade de Maputo garantiu que já existe um plano para construir uma nova escola no local. Entretanto, a instituição diz ainda não dispor de recursos para o efeito, daí não haver ainda prazos definidos.

“Nós já temos o projecto desenhado, mas ainda não temos garantia de quando é que as obras irão, efectivamente, decorrer. Precisamos de mais de 88 milhões de Meticais para construir uma nova escola”, explicou o porta-voz da direcção da Educação da capital.

Quando for erguida, segundo o projecto, a Escola Primária Unidade 24 poderá passar a ter 16 salas de aula, acima das anteriores 10.

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