O Estádio Nacional do Zimpeto volta a fechar as portas para jogos das competições internacionais de futebol, devido a irregularidades detectadas durante a realização do jogo do último domingo, entre a Black Bulls e o Al-Masry do Egipto, a contar para a segunda jornada da fase de grupos da Taça CAF. Assim, tanto a Federação Moçambicana de Futebol, bem como a Black Bulls, terão que encontrar outro campo para a realizarem seus jogos internacionais.
Pela terceira vez nos últimos cinco anos o Estádio Nacional do Zimpeto volta a ser interditado pela Confederação Africana de Futebol. Novamente os mesmos problemas estão no centro da interdição, nomeadamente a iluminação, o relvado e os torniquetes.
O jogo do último domingo, entre a Black Bulls e o Al-Masry do Egipto, da segunda jornada do grupo D da fase de grupos da Taça CAF, revelou as irregularidades detectadas. A primeira delas é a iluminação deficiente.
Os egípcios reclamaram da fraca iluminação no Estádio Nacional do Zimpeto, uma vez que não são todas as lâmpadas existentes que acendem, o que cria algum desconforto nos jogadores habituados a jogar de noite e com a melhor iluminação.
Nos últimos dois anos, o Estádio Nacional do Zimpeto acolheu apenas dois jogos noturno, nomeadamente a derrota dos Mambas diante do Mali, para a qualificação ao CAN-2024, e o empate entre os Touros e os egípcios, a um golo, no último domingo.
Outro aspecto detectado é a falta de torniquetes que ajudam a contabilizar o número de espectadores presentes nas bancadas. Ainda que o jogo tenha sido à porta-fechada, por decisão da direcção da Black Bulls, para garantir a segurança dos seus adeptos por conta das manifestações, a Confederação Africana de Futebol queria ver os torniquetes funcionais.
Trata-se de um sistema de segurança montado em 2022 e 2023 pela Federação Moçambicana de Futebol, com apoio do Governo, para permitir a contagem de pessoas que assistem aos jogos nas bancadas, na altura foi uma das exigências da CAF para que o Estádio Nacional do Zimpeto fosse aprovado.
O facto é que ainda não foi concluída a instalação de torniquetes e estão a ser utilizadas barreiras metálicas sem dispositivos eletrónicos que devem ser utilizados para o controle das entradas dos espectadores.
O terceiro grande problema detectado é a má qualidade do relvado do Estádio Nacional do Zimpeto. Com pouco uso para jogos de futebol, uma vez que somente acolhe jogos e treinos das selecções nacionais e das equipas nacionais nas provas africanas, o relvado não apresentou um bom aspecto aos membros da CAF presentes.
Por um lado apresenta locais com perda de cor esverdeada e natural de uma relva, e por outro lado há locais onde é deficiente, chegando a aparecer mais areia do que propriamente relva.
O facto é que esta é uma nova relva que o estádio recebeu, depois da remoção da anterior, em 2021, aquando da primeira interdição, tendo sido recolocada a nova em 2022.
Facto curioso é que este jogo teve como Coordenador Geral o sul-africano Joshua Robert Knipp, o mesmo que em 2022 foi mandatado pela Confederação Africana de Futebol para inspecionar o Estádio Nacional do Zimpeto.
Identificar outro campo para jogos internacionais
Assim, com essas anomalias detectadas e com a interdição do Estádio Nacional do Zimpeto, tanto a Federação Moçambicana de Futebol, como a Black Bulls, terão que encontrar outro lugar para realizarem seus jogos das competições internacionais no próximo ano.
É que o embate deste domingo, a partir das 15h00, entre a Black Bulls e o Enyimba da Nigéria, será o último naquele espaço, uma vez que a interdição vai iniciar a 16 de Dezembro corrente.
Com mais um jogo da Taça CAF a 12 de Janeiro, diante do Zamalek do Egipto, a contar para a quinta jornada do grupo D, a Black Bulls terá que identificar um outro relvado para esse jogo, uma vez que até o seu próprio relvado, na Arena Lalgy, por não ter as condições exigidas pela CAF.
O mesmo sucede com a Federação Moçambicana de Futebol que tem um jogo caseiro dos Mambas em Março do próximo ano, de qualificação ao Mundial de futebol de 2026, diante do Uganda, a contar para a quinta jornada do grupo G.
Com estas adversidades, o Estádio de Mbombela aparece como o mais próximo e o mais provável para ser utilizado pelos moçambicanos nas competições africanas.