O Papa Francisco afirmou, esta quinta-feira, que é moralmente aceitável que os países enviem armas para a Ucrânia, se for para ajudar o país a defender-se da agressão russa.
Questionado sobre se é correcto que os países enviem armas para a Ucrânia, o Papa Francisco respondeu que se trata de uma “decisão política que pode ser moral, moralmente aceitável, se for feita em condições de moralidade”. Para o pontífice, essa situação verifica-se quando as armas são usadas para defesa, escreve o Notícias ao Minuto
“A legítima defesa não é apenas lícita, mas também uma expressão de amor à pátria. Quem não se defende, quem não defende algo, não ama. Quem defende (algo) ama”, sublinhou o Sumo Pontífice. Considera “imoral” fornecer armas para provocar mais guerra.
Todas essas declarações foram feitas depois de uma visita de três dias ao Cazaquistão, onde participou no VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. Até ao final de Agosto, as atenções estavam voltadas para uma aguardada reunião bilateral entre o Papa Francisco e o Patriarca de Moscovo, Cirilo I, líder da Igreja Ortodoxa Russa e um dos principais aliados de Vladimir Putin. No entanto, Cirilo I acabou por cancelar a viagem, frustrando pela segunda vez os esforços diplomáticos do Vaticano na busca de uma resolução para a guerra na Ucrânia.
Durante a viagem ao Cazaquistão, uma antiga república soviética, as primeiras palavras do Santo Padre foram sobre o conflito na Ucrânia, apelando ao fim da “guerra trágica e sem sentido” da Rússia. Mais tarde pediu também às religiões mundiais para nunca justificarem a violência, especialmente “quando o mundo ainda está marcado pelo flagelo da guerra”.