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Empresários exigem penas mais severas e sem opção de pagar caução aos raptores

Foto: O País

Há menos de duas semanas, uma sequência de raptos voltou a abalar a capital do país, o que levou os empresários a convocarem jornalistas, hoje, para dizer basta a este crime. Defendem que o Estado deve passar a informação de que não tolera este crime, porquanto os seus efeitos são nefastos à economia.

Os empresários dizem que a situação dos raptos no país é assustadora e afecta, de forma negativa, o tecido económico.

“Afecta as decisões dos que pretendem investir no país, induz à saída de capitais dos investidores que não se sentem seguros no país, com reflexo na perda de postos de trabalho e capacidade de geração de renda. Adicionalmente, a ocorrência de raptos torna o nosso país inseguro para atracção de turistas”, diz um documento da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), lido na ocasião por Zuneid Calumias, vice-presidente da agremiação.

A CTA entende que os criminosos demonstram a sua livre actuação ao raptarem empresários nas proximidades das esquadras da Polícia, daí que defende ser “necessário repensar o modelo de abordagem e via-se na Unidade Anti-Raptos uma solução para tal. É preciso introduzir, adicionalmente, mudanças profundas ao quadro legal, tornando severa a respectiva moldura penal e sem possibilidade de pagamento de caução”.

Diz mais que o Ministério do Interior não se tem mostrado aberto para dialogar com o sector privado de modo a encontrar soluções. A CTA tem estado a buscar diálogo por via do pelouro de Segurança e Protecção Privada, criado justamente na sequência do aumento de raptos e da insurgência no Norte do país.

“Ao nível do diálogo público-privado, saudamos a impecável interacção com o Ministério da Defesa Nacional, em diversas matérias. Por seu turno, na interacção com o Ministério do Interior não vislumbramos a mesma dinâmica”, queixa-se a CTA, detalhando que está à espera da abertura do Ministério dirigido por Arsénia Massingue para discutir e identificar abordagens harmonizadas para estancar o fenómeno, tendo já sugerido o conjunto de matérias por debater.

Neste momento, a Confederação empresarial está a desenvolver um estudo sobre o impacto económico da onda de raptos, sem data para a sua divulgação. E diz estar disposta a apoiar o Estado no que for preciso para travar a onda de raptos.

Lembre-se que, em alguns casos de rapto, aponta-se o envolvimento de agentes das Forças de Defesa e Segurança, com destaque para membros do Serviço Nacional de Investigação Criminal.

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