A empresa China Jiangxi International Economic and Technical Cooperation (CJIC), ora suspensa da adjudicação de obras de vias de acesso no âmbito do projecto de mobilidade urbana na região metropolitana do Grande Maputo, por supostas irregularidades, diz que as acusações que pesam sobre si são infundadas e são caluniosas.
Na última quinta-feira, a Federação Moçambicana de Empreiteiros veio a público dizer que vai instaurar um processo disciplinar contra a empresa chinesa envolvida na violação de regras na adjudicação das obras de construção de estradas no âmbito do projecto de mobilidade urbana em Maputo (MOVE). A firma reagiu e diz que ficou surpreendida com a reacção da Federação, até porque nem chegou a ser contactada pela FME para dar esclarecimentos.
“O CJIC ficou surpreso ao saber das acusações da FME que foram tornadas públicas sem consulta prévia connosco. Como empresa internacional, acreditamos firmemente no direito à representação justa e ao devido processo em todas as negociações comerciais. A CJIC refuta veementemente todas as acusações, considerando-as infundadas e caluniosas”, diz a firma em comunicado, que argumenta ser uma empresa de construção civil internacional, que sempre cumpriu as suas obrigações fiscais.
A firma diz esperar da FME a defesa da neutralidade e justiça e que, lamentavelmente, o posicionamento da Federação que rege os empreiteiros se terá baseado em “relatórios de imprensa não verificados e carecem de um inquérito abrangente com os órgãos governamentais relevantes”.
A companhia diz que é possível comprovar, junto do Projecto Move e do Ministério dos Transportes e Comunicações, que o processo de licitação e a adjudicação do concurso “foram feitos em linha com os processos de licitação emanados dos documentos do concurso, que cumprem os critérios estabelecidos pelo Banco Mundial e a legislação nacional actual, à qual o CJIC aderiu, rigorosamente”.
“Durante a licitação dos cinco projectos, participamos de todos os processos de esclarecimentos necessários e ganhamos três projectos com base numa avaliação justa”, acrescenta.
Apesar do processo investigativo iniciado pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção e que levou à suspensão da firma, a CJIC reafirma que cumpriu “consistentemente” os requisitos legais e aguarda a oportunidade de “apresentar o nosso caso às autoridades competentes”.
A CJIC lamenta que as informações mais recentes sobre a empresa tenham um possível impacto financeiro e reputacional resultante das declarações da FME.
“Continuamos empenhados em defender a nossa reputação e procuraremos todas as vias legais para proteger os nossos direitos e interesses”, conclui.
O projecto de construção de estradas na Matola, cuja adjudicação está suspensa, faz parte da iniciativa conhecida como “MOVE MAPUTO”, promovida pelo Ministério dos Transportes e Comunicações.