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Eleições na Nigéria marcadas por atrasos

Foto: DW

Cerca de 94 milhões de eleitores foram chamados este sábado às urnas para eleger o próximo Presidente da Nigéria. O actual Chefe de Estado, Muhammadu Buhari, vai deixar o cargo após dois mandatos.

A votação para eleger o sucessor do Presidente Muhammadu Buhari, na Nigéria, decorreu sem incidentes graves, apesar de atrasos em várias secções de voto. Os resultados eleitorais devem ser conhecidos na próxima semana.

De acordo com a DW, a Comissão Eleitoral Nacional Independente, que preparou mais de 170 mil centros de votos por todo o país, tinha registados perto de 93,5 milhões de possíveis eleitores e decidiu manter as urnas abertas até às 14:30, hora local.

No entanto, muitas destas secções de voto acabaram por fechar mais tarde, depois de se terem verificado atrasos na abertura, o que causou frustração junto dos eleitores.

O presidente da comissao, Mahmud Yakubu, reconheceu as falhas logísticas, mas assegurou que todas as pessoas que chegaram ao local de voto antes do fecho das urnas poderiam votar.

“Não conseguimos abrir a tempo alguns locais de voto, por problemas logísticos, que persistem, apesar dos nossos esforços. Ainda que existam algumas queixas, foram entregues milhões de boletins e folhas com resultados”, indicou o responsável do INEC, em declarações aos jornalistas.

 

TENTATIVA DE FRAUDE

O líder da comissão eleitoral, Mahmud Yakubu, confirmou um ataque de presumíveis terroristas contra os trabalhadores do INEC no estado nigeriano de Borno (nordeste), um dos bastiões dos grupos jihadistas do Boko Haram e do Estado Islâmico.

Segundo o presidente do INEC, citado pela DW, um grupo de atacantes, alguns ainda por identificar, dispararam contra os escritórios daquele organismo na cidade de Gwoza.

A Comissão de Crimes Económicos e Financeiros da Nigéria diz ter interceptado uma mulher com 18 cartões de eleitor no estado de Kaduna.

Concorrem para a sucessão de Muhammadu Buhari 18 candidatos e, pelo menos, 4.223 pessoas aos 469 lugares na Assembleia Nacional, 109 senadores e 360 deputados à Câmara dos Representantes.

Pela primeira vez desde 1999, as eleições presidenciais podem vir a ser decididas em duas voltas, devido à popularidade crescente de um candidato alternativo aos dois partidos que historicamente disputam o cargo.

Bola Ahmed Tinubu, do Congresso de Todos os Progressivos (APC, na sigla em inglês, no poder), e Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP, maior partido da oposição), são os mais fortes candidatos de um sistema que se tem mantido estável desde o fim da ditadura militar em 1999, mas que, desta vez, é desafiado por um “forasteiro”, Peter Obi, do Partido Trabalhista (LP), líder nas principais sondagens pré-eleitorais.

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