O Movimento Democrático de Moçambique diz que a discussão sobre as eleições distritais 2023 deve estar voltada para a governação descentralizada e não sobre se devem ou não realizar-se. Lutero Simango reiterou ainda que o seu partido poderá coligar-se a outros partidos da oposição e sociedade civil para as eleições autárquicas que se avizinham.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) defende que as eleições distritais, previstas para o ano 2024, devem realizar-se conforme o previsto na Constituição da República e qualquer debate sobre a matéria que seja em torno do processo de governação descentralizada.
“Queremos um debate global sobre o processo da governação descentralizada e desconcentrada, porque não se pode avançar para as eleições distritais sem descentralizar o poder. No debate, o partido MDM vai falar do secretário de Estado na província e a nossa posição é contra a existência dessa figura”, disse Lutero Simango, presidente do MDM.
O presidente do partido reiterou a abertura para uma possível coligação com os partidos da oposição nas eleições autárquicas agendadas para 11 de Outubro deste ano.
“A direcção do MDM já está disponível para as coligações eleitorais e temos o mandato para decidir, por isso manifestamos a nossa disponibilidade, abertura e prontidão. Trata-se de uma decisão tomada na terceira sessão do nosso Conselho Nacional. Qualquer organização da sociedade civil ou individualidade poderá juntar-se.”
Falando a jornalistas, numa conferência de imprensa, realizada, este sábado, na Cidade de Maputo, o MDM reagiu, também, à inviabilização da marcha em homenagem ao rapper Azagaia, no último sábado.
Lutero Simango disse que a actuação da Polícia contraria a agenda de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
“Impedir a realização da marcha não é resolver o problema mas sim uma exibição de terrorismo do Estado, algo que deve ser combatido em todas as suas dimensões. Não se pode ignorar que Moçambique é membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e tem defendido a paz, os direitos humanos, o diálogo e a tolerância, mas, infelizmente, no sábado essas ideias não se fizeram presentes no país ”, disse Simango.
O presidente do MDM falou também de medidas para aliviar o custo de vida e sugeriu a eliminação das taxas cobradas nas portagens, uma ideia que defende desde introdução de portagens na Estrada Circular de Maputo e noutras vias.