Está a tornar-se quase consensual entre analistas que acompanham a economia moçambicana.
Depois do banco russo VTB admitir a hipótese de renegociar a dívida moçambicana e de comentários de satisfação do director nacional do Orçamento, Rogério Nkomo, analistas britânicos da Economist Intelligence Unit (EIU) avançam que “a dívida pública de Moçambique deverá vir a ser eventualmente objecto de um processo de reestruturação e o influxo de capitais estrangeiros deverá levar tempo até regressar a valores anteriormente registados”.
Os analistas da EIU reafirmam, no artigo, que Moçambique enfrenta actualmente uma crise de liquidez derivada de uma dívida pública insustentável e do congelamento dos apoios externos ao Orçamento de Estado.
O relatório agora divulgado adianta que o Governo vai procurar manter políticas fiscal e monetária rígidas numa tentativa de restaurar o relacionamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ultrapassar os constrangimentos causados pela crise de liquidez, mas acrescenta que a resistência levada a cabo por agentes políticos deverá vir a atrasar o ritmo das reformas e dar origem a algumas inconsistências.
O crescimento real do Produto Interno Bruto (nominal menos a taxa de inflação) manter-se-á fraco em 2017/2018, pelo menos quando comparado com os valores registados no passado recente), devido à fraca procura interna e ao reduzido investimento quer público, quer privado.
O relatório acrescenta que a partir de 2019 deverá assistir-se a um crescimento mais acelerado do Produto Interno Bruto (PIB) em consonância com o aumento da confiança dos empresários.
A EIU entende também que a contracção de empréstimos à margem do estipulado na legislação moçambicana, que está na base das actuais dificuldades do país, parece não ter uma resolução rápida, tendo Moçambique entrado oficialmente em incumprimento financeiro ao ter falhado o pagamento de prestações e de continuar a afirmar que não dispõe de fundos para pagar os que estão para vir.