O Egipto e o Brasil reafirmaram, nesta quinta-feira, em Maputo, a disponibilidade para aumentar o volume de investimentos e intensificar a cooperação económica com Moçambique, especialmente nas áreas da saúde, agricultura, pescas e turismo. Os compromissos foram assumidos durante encontros mantidos com o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Álvaro Massingue, e os embaixadores do Egipto e do Brasil no país.
A parceria com o Egipto assume uma importância especial neste ano marcado por uma dupla celebração: o 50.º aniversário da independência de Moçambique e o 50.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.
“Apesar dos laços históricos e de amizade, as trocas comerciais entre o Egipto e Moçambique continuam aquém do desejado. Queremos aumentar o volume de transações e intensificar a cooperação nas áreas da saúde, agricultura, pescas e turismo, para melhorar as relações económicas bilaterais e aumentar o impacto direto no desenvolvimento de ambos os países”, destacou o embaixador do Egipto, Mohamed Farghal.
Na mesma linha, o embaixador do Brasil em Moçambique, Ademar Criz, destacou o compromisso do seu país em colaborar para transformar sectores estratégicos e aumentar a geração de rendimento e de emprego para as comunidades locais. A parceria passa por áreas cruciais, como saúde, agricultura, gás e energias renováveis, indústrias criativas e infra‑estruturas, com destaque para o potencial e experiência do sector privado brasileiro.
Ademar Criz sublinhou que “não é possível o Estado trabalhar sozinho para dinamizar todos os setores produtivos” e apontou o exemplo do Brasil, uma potência agrícola mundial graças ao forte envolvimento do setor privado. O país latino‑americano é líder global na produção de 12 produtos e está entre os maiores exportadores de oito categorias, uma conquista alcançada através de uma forte cooperação entre governo e empresariado.
“Esta experiência e conhecimento poderão mobilizar e inspirar o sector privado moçambicano a associar‑se e colaborar para transformar sectores estratégicos e aumentar a competitividade e sustentabilidade da economia moçambicana. Queremos construir uma relação de ganhos para ambos, promovendo não só a geração de rendimento e de emprego, mas também a inclusão social e a integração das comunidades menos favorecidas no processo de desenvolvimento económico e no mercado de trabalho”, concluiu o embaixador brasileiro.
Por seu turno, Álvaro Massingue adiantou que as negociações para transformar essa vontade em parceria efectiva terão início em breve. Os contactos realizar‑se‑ão por online e poderão culminar com a visita de uma delegação empresarial moçambicana ao Egipto, para a identificação de oportunidades concretas e assinatura de acordos estratégicos para aumentar e diversificar o investimento e as trocas comerciais.