A educação é um direito humano fundamental e como tal não pode ser considerado como garantido. Actualmente estima-se que em todo o mundo mais de 120 milhões de crianças não estejam escolarizadas, nem tenham terminado o ensino primário. Estes números ganham ainda maior expressão quando verificamos que a estas crianças não se lhes está apenas a retirar um direito fundamental, mas também a hipotecar um futuro e qualquer oportunidade de arranjarem um emprego digno, saírem da pobreza, apoiarem as suas famílias e contribuírem para o desenvolvimento das suas comunidade.
A agenda da Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável definiu como objectivo para 2030 garantir que todas as crianças tenham acesso a educação de qualidade que os prepare para serem cidadãos activos economicamente na sociedade. À medida que nos aproximamos a passos largos da data limite definida para atingir este objectivo, verificamos que ainda existe muito trabalho a fazer, nomeadamente no combate às assimetrias regionais e de género. Muitas crianças estão a aprender em escolas com muito poucos professores e em salas de aula inadequadas, ou com infra-estruturas inadequadas, o que contribui para altas taxas de abandono escolar e resultados de aprendizagem negativos. Há grupos que claramente enfrentam discriminação e desvantagem na educação, tais como crianças portadoras de deficiência, raparigas ou grupos minoritários. Por outro lado, a maioria das crianças não escolarizadas encontram-se em países que atravessam conflitos armados, calamidades naturais ou epidemias de larga escala. Neste contexto, afigura-se um grande desafio promover a equidade no acesso à educação a nível global.
Foi para atingir este objectivo que foi criada a Comissão Internacional do Financiamento da Oportunidade para uma Educação Global, que tem vindo a realizar um conjunto de acções no sentido de promover os esforços multilaterais para o financiamento da educação. Um ecossistema ou modelo global de educação exige uma acção concertada e o estabelecimento de novas parcerias entre doadores bilaterais e multilaterais, a comunidade filantrópica e as organizações globais sem fins lucrativos. Esta rede dinâmica poderia funcionar com actores locais para apoiar o desenvolvimento, a inovação e a liderança, criando novos canais eficientes para a partilha de conhecimento, experiências e soluções em comunidades e países.
Neste contexto, emerge uma questão de maior relevância que é a necessidade de ter um sistema de ensino que promova as capacidades de liderança dos jovens. Apostar nas capacidades de liderança dos jovens é um investimento fundamental para garantir que no futuro estes jovens possam promover uma mudança positiva na sociedade e que assumam, igualmente, os processos políticos e de desenvolvimento das nações.
Foi com este propósito que o Governo dos Emirados Árabes Unidos criou, em 2016, o Ministério da Felicidade, Tolerância e do Futuro, tendo sido nomeado para o cargo de ministro um jovem com apenas 22 anos de idade. Questionado sobre a razão que levou o governo a criar este Ministério, o Sheik Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, referiu que esta era uma forma de responder efectivamente às aspirações dos jovens e que sem o optimismo e energia dos jovens as sociedades não têm capacidade de crescerem e desenvolverem-se.
Com dois terços da população de África com menos de 25 anos, a juventude do continente poderá ser a sua maior vantagem competitiva. Para atingir o pleno potencial, será fundamental apostar em programas e políticas que desenvolvam as capacidades de liderança dos jovens.
Neste sentido, o MOZEFO Young Leaders para além de contribuir para a formação profissional e pessoal dos jovens através da partilha de conhecimento e experiências colectivas e individuais, será, também uma oportunidade de ouvir os jovens e conhecer as suas expectativas para o futuro.