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Bombeiros na Beira trabalham em edifício degradado e sem meios

O edifício onde funciona o Comando Provincial do Serviço Nacional de Salvação Pública, entidade tutelada pelo Ministério do Interior, está degradado. Há quatro anos que carece de reabilitação. Enquanto isso não acontece, a vida dos bombeiros que lá trabalham, com falta de meios para combater incêndios, está ameaçada.

Os bombeiros do comando provincial baseado na cidade da Beira, capital da província de Sofala, consideram-se desamparados. É que o edifício em causa  foi construído no período colonial. Em 2019, com o ciclone, foram arrancados o tecto, as janelas, não podendo mais albergar com segurança e conforto aqueles que combatem os incêndios.

Esta segunda-feira, a equipa de reportagem do jornal “O País”, visitou o edifício para se inteirar do seu funcionamento, problemas e perspectivas de reabilitação.

As casas dos bombeiros já não têm tecto. O comandante provincial do SENSAP não tem gabinete; está confinado a uma pequena sala que, por sorte, escapou do IDAI.

“O ser humano foi feito para trabalhar em boas condições, para melhor andamento do próprio serviço. Trabalhar nestas condições é difícil, mas temos de fazer andar o trabalho, visto que podemos, em algum momento, sofrer frustrações, enfraquecimentos; é difícil”, lamentou Lorito Joaquim, comandante do Serviço Provincial de Salvação Pública em Sofala.

Ao alto do edifício sem cobertura e com toda a estrutura partida, há todo o tipo de insectos e roedores. Num dos compartimentos, há arbustos que estão a vegetar. Os meios de combate a incêndios, na sua maioria, estão avariados. Neste momento o comando provincial de bombeiros em Sofala conta apenas com duas viaturas para combater incêndios com cinco mil litros de água cada e uma ambulância. A auto-escada está inoperacional já há mais de 20 anos. Em caso de ocorrência de incêndios na Beira, o SENSAP tem contado com o auxílio dos bombeiros dos CFM, aeroportos e da empresa Cornelder de Moçambique, e o comandante diz ser essa a realidade que vive a instituição que dirige.

“Aqui, neste quartel, temos duas viaturas de combate a incêndios. Estamos a falar de um autotanque bomba, duas viaturas e uma ambulância. Estes meios não são suficientes; não sei se já tivemos meios suficientes ou vamos a tempo de ter meios suficientes, mas são esses que temos para o trabalho”.

Os chamados soldados da paz, os bombeiros, estão desmoralizados. O Gabinete de Reconstrução pós-ciclones já visitou o edifício e já fez vários estudos para a reabilitação do comando provincial de bombeiros em Sofala, mas parou-se por aí.

“Já estiveram aqui os do GREPOC, fizeram as avaliações necessárias e nós temos esperança de que um dia possa ser resolvido este problema”.É urgente a intervenção junto do edifício do comando provincial do SENSAP em Sofala. As paredes, na sua totalidade, apresentam fissuras, ameaçando, desse modo, a segurança de todos os que frequentam aquele local

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