O País – A verdade como notícia

O director da Bubble Cloud Mozambique, Cameron Smith, disse que todas as soluções tecnológicas têm um custo financeiro ou escondido. Smith, que é também engenheiro de software, falava, nesta quinta-feira, no segundo dia da MozTech, na arena 3D, em Katembe, onde sublinhou a importância de investimento para se fazer uso das soluções tecnológicas. 

No segundo dia da Feira de Tecnologia, Cameron Smith apresentou a sua empresa Bubble Cloud, começando por explicar que todas as soluções tecnológicas necessitam de um investimento. 

“Quase todas as soluções tecnológicas têm um custo, que pode ser financeiro. Então, é importante considerar todos os custos inerentes a qualquer solução”, advertiu. 

O engenheiro de Software disse ainda que não é necessário que todas as empresas montem o seu próprio centro de dados, mas é preciso olhar para o cenário e a realidade de cada instituição, mas existem ferramentas que podem ajudar as empresas a avaliar diferentes soluções. 

O primeiro ponto, explicou Cameron Smith, é que o centro de dados pressupõe que se tenha uma aplicação que se deve colocar no servidor, ou seja, um software que atende a muitos servidores.  E acrescentou: “Um sistema não vale a pena se, no momento em que alguém quer usar, o sistema não está on”, vincou Smith, dizendo que para garantir que o servidor esteja disponível é preciso que esteja em um centro de dados. 

O painelista explicou que é preciso também ter em conta os riscos, usando sempre dois aparelhos, para garantir que se um deles deixar de funcionar tenha suporte do outro, por exemplo, um gerador ou ar-condicionado. Contudo, o director da Bubble Cloud Mozambique advertiu que todo esse investimento não sairá em conta se a aplicação for pequena ou média, mas existe para isso uma solução que é o cloud. 

“Nestes sistemas de Public Cloud você aluga infra-estruturas, mas você não aluga um hardware, você não aluga um servidor, mas você aluga um espaço virtual altamente disponível e você paga a cada mês por aquilo que usou (…). Esta infra-estrutura virtual é baseada numa conjuntura muito redundante, de tal forma que tu só sabes que tens um servidor virtual que está sempre on”, explicou. 

O QUE A BUBBLE CLOUD OFERECE?

Cameron Smith explicou que, muitas vezes, as empresas querem apenas concentrar na construção de uma aplicação, para esses casos existe o serviço de IAAS, em português significa Infra-estrutura para o serviço, no qual não é preciso comprar um Hardware,  apenas se tem um espaço virtualizado que nunca se desliga. 

Smith trouxe também alguns motivos pelos quais se poderia aderir a esses serviços em empresas nacionais, como Bubble e outras. O primeiro motivo é a legislação, pois existem leis que exigem que os dados sejam guardados e processados dentro do território nacional. “Como a Amazon e a Microsoft não têm servidores em Moçambique, não posso colocar os meus dados lá”, reiterou. 

O segundo motivo é a latência, pois os servidores que usam os serviços nacionais, tendo alojado a sua aplicação no país, têm uma latência mais baixa.

As empresas moçambicana Interactive Soluções Tecnológicas e a angolana Mirantes Tecnology, lançaram na noite de ontem, um concurso de “startups” e desenvolvimento de software dentro de uma plataforma, denominada Code Point-Moçambique.  

O acto foi efectivado com a assinatura de um memorando entre as duas empresas, com o objectivo de promover a tecnologia, no país, capacitar, alavancar as startups e fomentar o crescimento de novos negócios. 

Segundo Carlos Daniel, representante da Mirantes, através do Codepoint Moçambique as empresas e startups independentes, poderão concorrer a um prêmio de 20 mil dólares, após passarem por 100 desafios durante cinco meses e com três fases. 

Na primeira fase, conforme explicou,  os participantes irão, durante 30 dias, passar por formações, “workshops”, interação directa com profissionais de diversas empresas e na segunda fase deverão criar algum produto. 

Você pode até começar com uma ideia, mas tem uma fase de 60 dias para prototipar, trazer um produto que seja apresentável e  que as pessoas possam utilizar, então, durante 60 dias, as startups do concurso estarão a construir e a desenvolver tecnologia”, explicou a avançou que na terceira fase “as startups nos darão a ideia de que de facto o que estão a construir faz sentido para a sociedade, vamos estar a medir se de facto há aceitação, se precisa de limar as arestas e se precisamos de facto daquela solução do mercado”. 

Esta fase também terá a duração de 60 dias e as melhores ideias ou que tiverem melhor aceitação, serão as premiadas. 

Para o representante da Interactive Soluções Tecnológicas, Enoque Massango, com este concurso  será potencializada a transformação digital em larga escala no país. 

 “A nossa intenção é também acelerar a transformação digital, alinhando inovação, talento e impacto social, para construir um futuro mais conectado, eficiente e sustentável”, referiu Massango. 

Realizado jantar de Gala Moztech Awards 2025 

O lançamento deste concurso, foi feito durante o jantar do Moztech Awards 2025, que marca o fim das actividades do primeiro dia da 12ª edição da Moztech, segundo o Presidente do Conselho de Administração do Soico, Daniel David,  o momento representa a “resiliência”. 

A nossa resiliência é como se fosse investir na bolsa, né? Quando os outros fogem da bolsa, nós vamos investir; Quando as pessoas voltam em massa, nós vendemos as acções.

Vamos tentar fazer isso, fazer o contraciclo daquilo que muita gente chama de seguir a boiada. Não seguirmos a boiada, tentaremos ser  consistentes, resilientes e focados num projeto transformador”, Disse. 

No jantar feito para ser mais um espaço para network, houve  também momento para reflectir em torno da “Tecnologia com propósito”, cujo orador foi o administrador do BIM, Sérgio Magalhães. 

Magalhães falou dos desafios e caminho para uma  a transformação digital de forma responsável, segura e inteligente, falou de situações como importância da literacia digital e a necessidade de ensinar as pessoas, como por exemplo, se prevenir dos ataques cibernéticos, ensinar as crianças a usarem o telemóvel de forma segura. 

“Isto, se calhar, até devia se incluir em currículos escolares e garantir que toda a gente tenha acesso a esta informação e que está preparada para o futuro, se quisermos que mais moçambicanos, por exemplo, tenham contas digitais, que confiem nas plataformas online”, apontou o administrador. 

Outra interveniente, foi a Presidente do Conselho de Administração do Instituto comunicações de Moçambique, Helena Fernandes,  que avançou que os desafios para a transformação digital são muitos, mas a missão é garantir que “ninguém fique para trás” e até 2030 a pretensão é  criar condições para que os moçambicanos tenham acesso  a internet de qualidade, segura e acessível. 

O PCA do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação, Lourino Chemane, defendeu, esta quinta-feira, na Arena 3D, em Maputo, que as instituições de ensino devem investir em cursos e capacitações nas áreas das tecnologias digitais, pois, com efeito, será possível ao Estado atender aos desafios de desenvolvimento que se impõem neste milénio 

Lourino Chemane foi o principal orador do painel “Futuro da administração e dos negócios”, no segundo dia da MozTech – Feira de Tecnologias de Moçambique. Na sua comunicação, o PCA do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC) considerou que um dos problemas que afecta os moçambicanos, nesta era digital, tem a ver com a escassez de formações e capacitações para alunos e estudantes que, muitas vezes, se iniciam em matérias tecnológicas na faculdade. 

A fim de reverter o cenário que em nada beneficia o país na competitividade regional e global, Lourino Chemane defendeu a criação de novos cursos sobre tecnologias digitais, incluindo básicos e médios, ao nível das instituições públicas e privadas, com primazia para questões de segurança cibernética. “A formação e a preparação de quadros são muito mais importantes do que a inovação das máquinas”.

O PCA do INTIC lembrou que, em matérias de segurança cibernética,  o Estado tem a responsabilidade de proteger as empresas e os cidadãos, de modo que sintam o conforto de transacionar em ambientes digitais. Por isso mesmo, o princípio que rege o INTIC é a legalidade, pois as leis permitem a criação de ambiente apropriado para investimentos em negócios. E ainda acrescentou que, para atender a questões de segurança cibernética, está em preparação a proposta de regulamento com penalizações para os directores e funcionários públicos, o que deverá garantir o cumprimento da legalidade e a responsabilização. 

De igual modo, Lourino Chemane explicou que a cooperação com outros países, na área da segurança e protecção, é imprescindível, tal como os mecanismos de responsabilização de todos os que comprometem a soberania nacional em matérias tecnológicas. . 

No mesmo painel, interveio o representante da Huawei Moçambique. Para Wagner Bango, o país deve implementar as estratégias de transformação digital, inclusivamente, para que as tecnologias possam concorrer para viabilizar negócios e performances das empresas. Nesse caso, reforçou, o Governo deve gerar a competitividade do sector privado, apostando em ecossistemas existentes, ao nível nacional. Para o efeito, uma visão a médio e longo prazo importa.

Já para o Vice-Presidente de Marketing Raxio, Júlio Guivala, concordando com o PCA do INTIC, é necessária a educação do sector público sobre soberania de dados. Uma vez que o sector público é o maior cliente do privado, ambas as partes devem colaborar, de forma recíproca, para um desejado ecossistema tecnológico. 

Por fim, o Director de Soluções Técnicas BCX, Aristides Parruque, referiu que as transformações e soluções são inevitáveis, porque garantem eficiência dos processos diários do sector do negócio. 

Cinco startups finalistas do MozTech Challenge apresentaram, nesta quarta-feira, as suas ideias inovadoras que concorrem a uma premiação que será entregue na sexta-feira. No palco, foram expostas inovações nas áreas de saúde, cultura e arquitetura.

Das 45 startups inscritas na edição 2025, 20 foram classificadas, e dessas cinco subiram ao palco na décima segunda edição do MozTech. A primeira a apresentar sua inovação foi a Dr. Online, com a Virada, solução transformadora para a área de saúde.

Com base na inovação, os pacientes podem fazer diagnósticos completos e obter resultados sem sequer sair de casa. “Nós realizamos consultas por vídeo, como já mencionei, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Contamos com vários especialistas no nosso banco de médicos afiliados e podemos emitir diversos documentos digitais, incluindo receitas, que o médico consegue fazer via prescrição. Além disso, o paciente consegue acompanhar seu histórico médico-clínico no próprio perfil”, explicou Márcia Chiluvane, CEO da Dr. Online.

Na sequência da apresentação, a Smart Key foi outra ideia inovadora entre as cinco melhores concorrentes ao maior prémio. A criação possibilita o manuseio de sistemas de segurança em residências e empresas. Durante a exposição, o CEO afirmou que “a SmartKey garante mais segurança, além de evitar questões de cópias de chaves. Se uma chave for perdida, teremos controle sobre quem entra e sai de nossas casas, assim como quem acessa nossos espaços”.

Outra inovação surpreendente foi a Mozabeatz, uma plataforma tecnológica criada para resolver a falta de plataformas de streaming nacionais e dar maior visibilidade aos criadores de cultura no país. “Queremos atender esses usuários e, após três meses, essas pessoas começarão a pagar pelo plano. Se 8 mil pessoas fizerem assinatura em cinco meses, com um valor de 60 meticais por mês, teremos um volume de negócios mensal de 480 mil meticais . Em cinco meses, esse valor pode chegar a 2,4 milhões de meticais”, explicou Ângelo Cossa, CEO da Mozabeatz.

Com o objectivo de melhorar a indústria de construção, arquitectura e design, também subiu ao palco a startup Buildfy, que apresenta soluções na área imobiliária. A Suse é outro sistema universal de soluções, um ecossistema que integra o setor educacional, e foi a última a encerrar as apresentações.

As demonstrações foram acompanhadas por membros do júri, responsáveis por analisar cada projecto e votar na melhor inovação.

Há inovações tecnológicas para a área de saúde, reciclagem e gestão de resíduos sólidos expostas na décima segunda edição da feira Moztech, que decorre em Katembe, Cidade de Maputo. 

Já imaginou fazer uma consulta médica com apenas um clique no seu dispositivo conectado à internet?

Pois é! Não só é possível, como também é um facto, que está exposto na décima segunda edição da feira Moztech. 

“Na Dr. Online, a pessoa pode agendar uma consulta com um clínico geral ou especialista de acordo com a sua preferência e, depois disso, será gerado um link, onde poderá conversar com o médico, directamente na plataforma por um vídeo chamada”, revelou Marlene Issaca, administrativa da Dr. Online. 

Mas nem tudo termina na plataforma. Caso seja necessário realizar exames, o laboratório é que vai ao encontro do paciente, e não o contrário. 

“Nós temos laboratórios que vão ao encontro do paciente para a extracção de amostras e os exames. Depois de ter os resultados, eles são colocados directamente na plataforma, o médico terá acesso e dará o seu diagnóstico. O paciente não precisa deslocar-se”, detalhou Marlene Issaca. 

E esse exercício, garante a Dr. Online, é seguro e confiável. 

Ainda na janela de inovação na Moztech, há objectos que, de longe, não parecem ter sido gerados a partir do que quase todo mundo descarta: o plástico e garrafas pet. 

Através de uma impressora de três dimensões, a SEA GLASSES transforma o nada em algo tão valioso como óculos, chaveiro e outros objectos de adorno. 

“O nosso produto principal são os óculos 3D, mas também temos os outros produtos que podemos ter a partir da personalização dos nossos clientes. Temos logotipos e outras coisas que são solicitações dos clientes. Os nossos produtos são feitos à base de plástico reciclado desde a recolha nas praias, ruas até ao produto final”, explicou Cláudia Machaieie, expositora da SEA GLASSES. 

E o meio ambiente agradece por este gesto. “Trabalhamos com algumas associações. Elas nos dão o plástico e nós, também, recolhemos. Temos que limpar, processar o plástico até chegarmos ao produto final. Nós é que estamos envolvidos em todo o processo de produção”, sublinhou Cláudia Machaieie. 

A tecnologia está à disposição da gestão de resíduos sólidos. 

O sistema exposto na Moztech foi concebido para emitir alertas aos gestores de lixo quando um contentor estiver cheio.

“O sistema é composto por sensores e eles captam o nível de lixo que está no contentor. Através de GCM, o sistema manda mensagem para a central sobre a localização exacta do contentor que está cheio e o nível em que ele está. O sistema recebe os dados e são passados para o sistema web e processados. Isto dá-nos uma visão geral dos contentores de lixo e tomar melhores decisões”, expôs Cleyton Mundlovo da Command Line. 

Ao apresentar este sistema na feira de tecnologia, a Command Line espera ajudar as instituições públicas e privadas a melhor gerir os resíduos sólidos.

“Isso permite que as entidades gestoras de resíduos sólidos tenham dados para poderem agir em tempo real porque, muitas vezes, não é a falta de recursos, mas a capacidade de responder e saber onde temos uma situação fora do controlo. É  tecnologia ao serviço da recolha de lixo”, concluiu Cleyton Mundlovo. 

É tudo isto, e muito mais, que está exposto na décima segunda edição da feira Moztech, evento que decorre na Arena 3D, KaTembe, Cidade de Maputo até sexta-feira.

Várias empresas subiram ao palco do Moztech para apresentar soluções e contributos para o processo de transformação digital das PME’s. Houve também a exibição de algumas IAs no âmbito de uma parceria entre a Moztech e Comunidade de Desenvolvedores de tecnologias em Moçambique.

São 12 anos da Moztech e uma das reflexões propostas foi a migração digital. Da tradição para o digital, o crescimento tecnológico facilita nos vários processos de gestão das empresas.

Esta quarta-feira, primeiro dia da décima segunda edição da maior feira de tecnologias do país, várias empresas apresentaram soluções para a transformação digital das PME’s.

A CEGID  propôs a ANA, um IA que funciona como um assistente virtual.

“É a nossa Ana, com quem mais de 1200 colaboradores podem interagir e ter o seu dia muito mais flexível, em reportes financeiros, em fazer gráficos e análises de gráficos”, explicou a  Diretora de negócios da CEGID Eliana Araujo.

Para a empresa Huawei Moçambique a conectividade é a chave para a transformação digital.

Temos que olhar para a segurança. É importante também acompanhar o avanço tecnológico e garantir que todo o mundo tenha acesso à comunicação digital ” referiu o Gestor de vendas da Huawei Moçambique, Vagner Bango .

Mas o acesso continua um obstáculo bem notável para muitas pessoas em Moçambique o que gerou um debate entre os participantes.

“A questão de pessoas sem acesso a tecnologias é grave, acredito que muito menos do que se fala, da população tem acesso às tecnologias ou aos meios para as adquirir”, contribuiu Cláudia Santos, participante.

De acordo com a presidente da Comunidade dos maiores Desenvolvedores de tecnologias em Moçambique,Valquiria Pondja, um dos problemas é encontrar startups que trabalham para solucionar problemas reais dos clientes.

Numa parceria entre a Moztech e a Comunidade de Desenvolvedores de tecnologias em Moçambique 20 startups foram escolhidas para uma rede de facilitação de busca e troca de experiências.

“Tivemos 45 startups a concorrer e selecionamos 20. cinco das quais estão a expor hoje”, acrescentou Valquiria Pondja.

Uma das seccionadas é a IA Doutora Online, uma plataforma de consulta online, que une médicos das várias especialidades aos pacientes na comodidade das suas casas. A plataforma também permite acesso a laboratórios e documentos médicos variados.

As tecnologias abrem e ajudam a fechar portas, literalmente, atraves de uma inovação que consiste em uma fechadura inteligente acessada por meio de um smartphone, apelidado de E-kay.

Estas foram intervenções e contribuições de empresas e startups no momento TECH TALKS da Moztech. A feira tecnológica segue por mais dois dias, nesta quinta-feira e sexta-feira

O Ministro da Economia, Basílio Muhate, reiterou, esta quarta-feira, no parlamento, Cidade de Maputo, que a aparente crise de combustíveis que se tem registado nos últimos meses, nas principais cidades do país, resulta de problemas logísticos e não de falta de stock.

Basílio Muhate explica que o país tem disponibilidade de combustível suficiente, no entanto, o facto de haver dependência nos combustíveis fósseis, “que não temos”, impõe o desafio de se apostar no gás, gás veicular.

Basílio Muhate, que falava nesta quarta-feira, na Assembleia da República, apontou as medidas em curso para contenção do custo de vida: “Isenção do IVA para produtos de primeira necessidade, que agora se estendeu ao açúcar, sabões e óleo, mas também a isenção das taxas aduaneiras para a indústria transformadora, no que tange às importações de matérias-prima”.

Para que as medidas surtam efeitos, o Governo garante fiscalização dos preços dos produtos que se beneficiam das isenções.

Respondendo à pergunta da Renamo, sobre o impacto dos megaprojectos na economia e melhoria de vida das populações, Muhate respondeu nos seguintes termos: “Os megaprojectos têm contribuído em várias vertentes para a economia, sobretudo na criação de oportunidades para as pequenas e médias empresas. Por exemplo, temos o registo de mais de 2500 empresas moçambicanas que prestam serviços subsidiários aos empreendimentos, bem como a criação de mais de 10 mil postos de emprego, para além da previsão de empregar mais de 25 mil pessoas com o início de exploração do gás NLG, podendo reduzir gradualmente em função das necessidades”.

O Presidente do Conselho de Administração da Mozambique Community Network (MCNet), Rogério Samo Gudo, defende que o Estado deve capitalizar o uso da inteligência artificial para melhorar a prestação de serviços públicos.

O responsável falava, esta quarta-feira, num painel de debate sobre os caminhos para acelerar a transformação digital na 12ª edição da Moztech, na Katembe, em Maputo, evento no qual partilhou a experiência da entidade que dirige na área digital. 

Samo Gudo diz ainda que para haver transformação digital em economias como a moçambicana é necessário que haja uma liderança capaz de usar as políticas e as estratégias para o benefício das pessoas. 

Por sua vez, Cameron Smith, director da Bubble Cloud Mozambique, que é também engenheiro de software e informático, referiu durante o mesmo painel que a transformação digital não é e nem deve ser apenas para os informáticos.

Para Smith, as pessoas são essenciais para interligar os sistemas digitais e o mundo, durante o processo de transformação digital, mas alerta que é necessário transformá-las para que saibam utilizar devidamente os sistemas informáticos.

Como desafios, Cameron Smith diz que para haver acesso aos sistemas digitais é necessário que as pessoas tenham acesso a dispositivos, aprendam a usar com pessoas especializadas, de modo a tirarem maior proveito dessas tecnologias.

Cameron Smith diz ainda que é preciso facilitar o acesso à internet e aos dispositivos informáticos, tornando os dados ilimitados para uso didático.

Essencialmente, Smith defende que é necessário respeitar os recursos humanos, bem como os processos necessários para a aceleração da transformação digital e os objectivos que se pretendem alcançar com a mudança nos sistemas.

Da África do Sul, Itumeleng Segal, director de estratégia e transformação da Sentech, referiu que actualmente a transformação digital está a mudar radicalmente e que dados são fundamentais para que haja melhores resultados.

Segal aponta ainda as políticas e os regulamentos como fundamentais para que a transformação digital seja uma realidade. Diz ainda que é necessário investir nas camadas mais jovens para terem maior interesse na transformação digital.

O Presidente do Conselho de Administração do Centro de Desenvolvimento do Sistema de Informação de Finanças (CEDSIF), Manuel dos Santos, falou da importância do Estado no processo de aceleração da transformação digital.

Manuel dos Santos considera que o cumprimento de normas internacionais por parte do Estado moçambicano e do sector privado é importante para evitar a invasão dos sistemas públicos e privados por hackers.

 

Na sessão de abertura da décima segunda edição da MozTech – Feira de Tecnologia de Moçambique, Daniel David anunciou que, durante o evento, será lançado um ecossistema para startups que vai ajudar a impulsionar as ideias dos jovens empreendedores numa competição digital de Moçambique, para, depois, concorrerem com Angola.

Na sua intervenção inaugural, na manhã desta quarta-feira, na Arena 3D, KaTembe, Cidade de Maputo, Daniel David convidou as startups interessadas em apresentar soluções tecnológicas, quer para o Estado, quer para as empresas privadas, a participarem na MozTech porque vão ter a oportunidade de concorrer a um prémio. 

“O objectivo maior é sermos um ecossistema disruptivo ao nível de África”, disse David, reforçando que a Feira de Tecnologia de Moçambique está comprometida em tornar sonhos realidades. “Quem não sonha, não realiza. Tudo o que fazemos, partiu de uma visão e, nessa visão, tivemos a coragem de tomar decisões, executando com acções concretas, com apoio do Governo, das instituições públicas e do sector privado”.

A propósito de sonhos, Daniel David acrescentou que a MozTech vai realizar uma pretensão ainda maior, a de tornar Moçambique uma referência pragmática em termos de inovação tecnológica, com acções locais que impactem globalmente ao nível africano. 

“Quem estiver connosco, ao longo dos três dias [do evento], vai acompanhar as inovações e os lançamentos que se vão realizar”, garantiu, reforçando que as  instituições públicas reconhecem na MozTech um papel impulsionador na transformação digital do país. 

 

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