Moçambique está a abrir novas rotas no céu e no desenvolvimento. Com uma aposta clara na modernização das infraestruturas aeroportuárias e na ampliação da conectividade interna e internacional, o país procura consolidar-se como um destino turístico competitivo e sustentável. A empresa Aeroportos de Moçambique está no centro desta transformação, trabalhando para que cada pista de aterragem seja também uma porta aberta para novas oportunidades de investimento, negócios e lazer.
O turismo é hoje um dos sectores mais estratégicos para a diversificação da economia moçambicana, e os aeroportos assumem papel essencial neste processo. São o primeiro contacto de quem visita o país e, muitas vezes, o cartão de visita que define a experiência do viajante. “Os aeroportos são um braço do turismo, e o turismo precisa de conectividade. Se tivermos pontos de entrada de referência, como Vilankulo, Beira e Nacala, estamos a garantir que os turistas que vêm de longe encontrem novas rotas e melhores condições para chegar aos seus destinos”, explica Fonseca da Fonseca, administrador operacional da empresa Aeroportos de Moçambique.
O gestor reconhece que o turismo e a aviação vivem numa relação simbiótica. Um cresce com o outro, e o investimento em novas rotas é fundamental para dinamizar as duas áreas. “Os aeroportos sobrevivem do turismo, e o turismo sobrevive dos aeroportos. Queremos fazer desta relação um motor de crescimento”, reforça.
A expansão das rotas aéreas é, por isso, um dos pontos centrais do plano de desenvolvimento da empresa. Nos últimos meses, foram anunciadas novas ligações domésticas e internacionais que prometem aproximar Moçambique do resto do mundo. “Estamos a melhorar as comunicações em todo o país, e isso já está a ter impacto. O número de sobrevoos aumentou, o que mostra que o nosso espaço aéreo está a tornar-se mais atrativo para outras companhias”, afirma Fonseca.
Entre as novas ligações já confirmadas, estão as rotas Joanesburgo–Kruger, operada pela AirLink, e Nacala–Joanesburgo, com início previsto para fevereiro do próximo ano. “Temos também planos para fortalecer o aeroporto da Beira, transformando-o num verdadeiro hub regional”, acrescenta o administrador, revelando que novas rotas Beira–Porto, Beira–Vietname e Beira–Dubai estão também em execução.
A estratégia é transformar cada aeroporto numa plataforma de integração regional, capaz de responder à crescente procura por voos diretos e ligações rápidas para o turismo, o comércio e a cooperação internacional. A Beira, por exemplo, está a reposicionar-se como ponto de ligação estratégica entre o centro de Moçambique, o interior de África e as principais capitais do mundo.
Mas é o aeroporto internacional de Nacala que continua a ser o maior símbolo desta ambição. Concebido para ser um dos principais polos de conexão aérea do país, Nacala foi projetado com capacidade para receber grandes aeronaves e operar voos intercontinentais. A infraestrutura, moderna e tecnologicamente avançada, representa um investimento estratégico não apenas para o turismo, mas também para a dinamização económica do norte do país.
A empresa Aeroportos de Moçambique vê Nacala como peça-chave na integração das regiões norte e centro ao mapa global da aviação. O plano passa por atrair companhias internacionais, criar parcerias com operadores turísticos e desenvolver zonas comerciais complementares dentro e fora do aeroporto.
Nos últimos anos, o crescimento da procura turística tem impulsionado o tráfego aéreo em destinos como Vilankulo, Pemba e Tete, e a requalificação destas infraestruturas é essencial para consolidar a imagem de um país preparado para receber. “Acreditamos que o futuro do turismo passa pela conectividade. O viajante moderno quer facilidade, conforto e segurança, e nós estamos a trabalhar para oferecer exatamente isso”, sublinha Fonseca da Fonseca.
Além das novas rotas, o plano da empresa inclui investimentos em modernização tecnológica, expansão de terminais, melhoria da iluminação e sinalização das pistas e reforço da segurança operacional. Há também um foco crescente na digitalização dos serviços, com o objetivo de agilizar processos de check-in, gestão de bagagens e informações de voo.
Outro pilar essencial é a sustentabilidade. Os aeroportos estão a incorporar práticas ambientalmente responsáveis, incluindo a gestão eficiente de energia, o uso de fontes renováveis e a redução das emissões de carbono, numa clara resposta às exigências globais do turismo verde.
A aposta em novas rotas e aeroportos modernos está alinhada com o Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, que prevê que o sector represente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030. Para isso, a conectividade aérea é apontada como um dos fatores decisivos.
Com esta estratégia, Moçambique posiciona-se para competir com destinos tradicionais da África Austral, como Tanzânia, Namíbia e África do Sul. Vilankulo e Inhambane, por exemplo, já se destacam entre os destinos mais procurados para turismo de praia e mergulho, enquanto Gorongosa e Niassa ganham força no segmento de ecoturismo e safaris.
As novas rotas abrem também espaço para o crescimento de negócios locais. Hotéis, operadores turísticos, transportadoras e pequenas empresas ligadas ao turismo beneficiam diretamente da maior circulação de visitantes. Em paralelo, o aumento de voos comerciais cria empregos diretos e indiretos e estimula a economia regional.
No entanto, o desafio não está apenas em abrir novas rotas, mas em garantir que cada aeroporto se torne sustentável e eficiente. Para isso, a gestão integrada entre as autoridades de aviação, turismo e investimentos é vista como essencial.
Moçambique quer mostrar que está pronto para voar mais alto. Os novos aeroportos e rotas não são apenas corredores aéreos; são sinais de um país que está a abrir as suas portas ao mundo, apostando no turismo como caminho para o progresso económico e social.
Enquanto os aviões ganham altitude e cruzam os céus moçambicanos, há uma ideia que ecoa com força: o turismo é o novo combustível do desenvolvimento, e as asas de Moçambique estão novamente prontas para levantar voo.